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Pontífice condenou deportações durante governo Trump e afirmou que prática fere a dignidade humana; vice-presidente JD Vance respondeu às declarações em evento religioso
Os últimos meses de vida do Papa Francisco foram marcados por posicionamentos firmes contra a política migratória adotada pelos Estados Unidos durante o governo de Donald Trump. O líder da Igreja Católica faleceu na manhã desta segunda-feira (21), aos 88 anos, no Vaticano.
Em fevereiro, Francisco enviou uma carta aos bispos norte-americanos em que fez críticas contundentes ao tratamento dispensado a imigrantes no país. Segundo ele, a deportação de pessoas em situação de extrema vulnerabilidade “fere a dignidade de muitos homens e mulheres”.
“O ato de deportar pessoas que, em muitos casos, deixaram suas próprias terras por motivos de extrema pobreza, insegurança, exploração, perseguição ou grave deterioração do meio ambiente, fere a dignidade de muitos homens e mulheres”, escreveu o pontífice.
Resposta de JD Vance e encontro com o Papa
As declarações do papa foram mencionadas pelo vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, durante o Café da Manhã Nacional de Oração Católica, realizado no fim de fevereiro. Convertido ao catolicismo em 2019, Vance reconheceu as críticas feitas por Francisco, mas evitou confrontos.
“Como vocês provavelmente já viram publicamente, o Santo Padre, o Papa Francisco, criticou algumas de nossas políticas em relação à imigração”, afirmou Vance.
“Mais uma vez, meu objetivo aqui não é litigar com ele ou qualquer outro membro do clero sobre quem está certo e quem está errado. Vocês conhecem minhas opiniões, e eu falarei com eles consistentemente, pois acredito que preciso fazer isso porque serve aos melhores interesses do povo americano.”
O vice-presidente e o papa se encontraram brevemente no domingo de Páscoa, poucas horas antes da morte do pontífice. O encontro foi descrito como cordial.
No dia anterior, sábado (19), Vance também manteve uma reunião com altos funcionários do Vaticano. Segundo nota oficial da Santa Sé, houve uma “troca de opiniões” sobre temas sensíveis como migração, situação de refugiados e prisioneiros.