- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta terça-feira (4), em São Paulo, que o governo permanece comprometido em colocar as contas públicas em ordem, rebatendo críticas de que as metas fiscais não seriam cumpridas. Segundo ele, essas críticas representam “um delírio”.
“Vamos entregar o melhor resultado fiscal do país em quatro anos, mesmo quitando débitos deixados pelo governo anterior. E a impressão de que estamos vivendo uma crise fiscal é um delírio que não consigo entender do ponto de vista econômico”, declarou Haddad durante participação no COP30 Business & Finance Fórum, promovido pela Bloomberg Philanthropies.
O ministro ressaltou que, apesar de existir “um jogo contra o Brasil” e muita oposição, o governo não vai recuar em suas metas fiscais. “As pessoas precisam entender que não vamos recuar dos objetivos de colocar as contas em ordem, desorganizadas desde 2015”, afirmou.
Ambiente de negócios e reformas
Haddad destacou que o Brasil está criando um ambiente de negócios favorável, impulsionado pela reforma tributária, atraindo investimentos estrangeiros. Ele citou a quantidade de leilões realizados na B3 nos últimos três anos, especialmente em rodovias e infraestrutura, como exemplo da expansão econômica.
O ministro também mencionou a reforma da renda como medida importante para reduzir a desigualdade, destacando que o país não pode crescer de forma sustentável com o atual nível de desigualdade.
Taxa de juros e expectativas econômicas
Durante o evento, Haddad defendeu a redução da taxa básica de juros, a Selic, atualmente em 15%, afirmando que o patamar é insustentável. “Por mais pressão que os bancos façam sobre o Banco Central para não baixar a taxa de juros, elas terão que cair. Não é possível sustentar 10% de juros reais com inflação de 4,5%”, disse.
Apesar dos juros elevados, o ministro demonstrou otimismo quanto ao desempenho econômico no próximo ano. “Podemos entrar bem em 2026 e terminar o mandato com indicadores muito superiores aos de outros países, controlando a dívida e pagando menos juros, sem impacto excessivo na inflação”, destacou.
Lei de Responsabilidade Fiscal
Haddad ainda comentou sobre a expectativa em relação a um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode consolidar a Lei de Responsabilidade Fiscal, afirmando que seria “uma revolução” caso o Congresso não pudesse criar despesas sem indicar a fonte de receita.