segunda-feira, 23 - junho 2025 - 09:31

Homem que matou e arrancou o coração da tia é 'solto'


lumar costa 2
lumar costa 2

Lumar Costa da Silva, autor de um dos crimes mais brutais registrados em Mato Grosso nos últimos anos, foi autorizado pela Justiça a deixar o Hospital Psiquiátrico Adauto Botelho, em Cuiabá, e seguirá para Campinápolis, no estado de São Paulo, onde viverá sob os cuidados do pai, o médico Gilmar Costa da Silva. A decisão judicial foi assinada na sexta-feira (20).

Em 2 de julho de 2019, Lumar assassinou a própria tia, Maria Zélia da Silva Cosmo, de 55 anos, a golpes de faca. O crime chocou o país à época, especialmente pelo fato de ele ter retirado o coração da vítima e entregado o órgão à filha dela, sua prima, dentro de uma sacola plástica.

A decisão de desinternação foi tomada pelo juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, que determinou que Lumar seja submetido a constante acompanhamento médico e tratamento intensivo na rede pública de saúde mental. O magistrado frisou que a internação deve ser medida excepcional e que, no momento, a condição clínica do paciente possibilita o manejo fora do ambiente hospitalar, desde que sob vigilância contínua.

O processo de desinternação foi embasado em laudos psiquiátricos que apontaram estabilidade clínica e juízo crítico preservado, embora o diagnóstico de transtorno mental crônico persistente e incurável permaneça. O último relatório, datado de 19 de maio de 2025, indicou que Lumar pode dar continuidade ao tratamento na modalidade ambulatorial, na extensão do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) do município onde irá residir.

Ainda assim, o próprio documento alerta que a supervisão permanente é essencial para evitar possíveis recaídas e novos episódios de surto psicótico. O pai do réu, agora designado seu curador legal, será responsável por garantir o cumprimento das medidas terapêuticas e prestar contas regularmente à Justiça.

A decisão não extingue a classificação de periculosidade de Lumar, mas reconhece que a estrutura de saúde de Campinápolis/SP oferece recursos suficientes para manter o paciente em tratamento fora do regime de internação.

+