terça-feira, 13 - maio 2025 - 16:07

Ibovespa renova máxima histórica acima dos 138 mil pontos; dólar recua com alívio externo e ata do Copom no radar


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O Ibovespa operava em alta nesta terça-feira (13), superando pela primeira vez a marca histórica de 138 mil pontos durante o pregão, impulsionado pela divulgação de balanços corporativos e maior otimismo nos mercados globais. Às 14h20, o principal índice da bolsa brasileira subia 1,41%, aos 138.494,14 pontos, renovando seu recorde intradia.

No mesmo horário, o dólar à vista recuava 1,09%, sendo negociado a R$ 5,6155 na venda, refletindo um ambiente externo mais favorável a moedas emergentes e a expectativa em torno da política monetária dos Estados Unidos e do Brasil.

Alívio comercial entre EUA e China sustenta apetite por risco

A queda do dólar e o avanço dos mercados nesta sessão foram influenciados pela trégua tarifária entre Estados Unidos e China, anunciada na segunda-feira (12). As duas maiores economias do mundo acordaram em reduzir por 90 dias as tarifas punitivas impostas em abril. Washington cortará de 145% para 30% as tarifas sobre produtos chineses, enquanto Pequim reduzirá de 125% para 10% as taxas sobre importações norte-americanas.

Apesar da sinalização positiva, investidores adotaram uma postura mais cautelosa nesta terça-feira, aguardando detalhes sobre os próximos passos na disputa comercial. “Começamos o dia com uma leve inversão do que vimos ontem… Hoje existe uma certa moderação”, disse Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. “As tarifas ainda são elevadas frente ao que tínhamos antes, e ainda há uma janela de negociação que não garante uma resolução definitiva”, avaliou.

O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas fortes, registrava queda de 0,26%, a 101,460.

Inflação abaixo do esperado nos EUA reforça apostas em corte de juros

Outro fator que contribuiu para o enfraquecimento global do dólar foram os dados de inflação ao consumidor nos Estados Unidos. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 0,2% em abril, abaixo da expectativa de 0,3%, conforme pesquisa da Reuters. Em 12 meses, a inflação ficou em 2,3%, também abaixo da projeção de 2,4%.

Embora o CPI não seja o índice utilizado pelo Federal Reserve para calibrar sua meta de inflação, o resultado reforçou a visão de que as pressões inflacionárias estão sob controle, abrindo espaço para eventuais cortes na taxa de juros.

Ata do Copom sinaliza juros elevados por mais tempo

No Brasil, o foco do mercado esteve voltado para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada nesta manhã. O Banco Central elevou a taxa Selic em 0,5 ponto percentual, para 14,75% ao ano, e deixou em aberto o próximo movimento, previsto para junho.

Segundo o documento, em um cenário de expectativas de inflação desancoradas, o Comitê avalia ser necessária uma política monetária mais restritiva e prolongada do que seria adequado em condições normais.

A perspectiva de juros altos no Brasil, em contraste com a possibilidade de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, mantém o diferencial de taxas atrativo para o capital estrangeiro, favorecendo o real frente ao dólar.

Combinando fatores domésticos e internacionais, a sessão desta terça-feira foi marcada por um ambiente positivo nos mercados, com o Ibovespa renovando recordes e o dólar recuando de forma expressiva.

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