- CUIABÁ
- SÁBADO, 14 , JUNHO 2025
O Ibovespa registrava alta nesta terça-feira (27), recuperando a marca dos 140 mil pontos e atingindo nova máxima intradia, enquanto o dólar apresentava queda, em reação ao IPCA-15 de maio que ficou abaixo das expectativas dos analistas. Por volta das 12h19, o índice de referência do mercado acionário brasileiro avançava 1,09%, a 139.644,69 pontos, tendo atingido a máxima de 140.381,93 pontos durante a sessão.
No mesmo horário, o dólar à vista caía 0,18%, cotado a R$ 5,6586 na venda.
Prévia da inflação no Brasil
A sessão começou com o mercado nacional analisando os dados mais recentes do IPCA-15. O IBGE informou que o índice subiu 0,36% em maio, abaixo dos 0,44% previstos em pesquisa realizada pela Reuters junto a analistas.
No acumulado dos últimos 12 meses, o IPCA-15 registrou alta de 5,40%, desacelerando em relação ao avanço de 5,49% do mês anterior.
Os resultados animaram os agentes financeiros, que passaram a demonstrar maior otimismo quanto ao cenário inflacionário no país. Houve reflexo na queda das taxas de juros futuras de curto prazo, com operadores precificando 97% de chance de o Banco Central manter a taxa Selic em 14,75% ao ano na próxima reunião, acima dos 92% registrados antes da divulgação do índice.
“É curioso notar a inflação relativamente controlada, mesmo diante de um mercado de trabalho apertado e atividade econômica aquecida. Isso tende a reduzir as expectativas e reforça a possibilidade do fim do aperto monetário, o que anima os ativos brasileiros”, afirmou Matheus Spiess, analista da Empiricus Research.
Apesar do otimismo, o mercado mantém cautela devido às preocupações fiscais no Brasil, principalmente após o governo anunciar, na semana passada, aumento nas alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Após repercussão negativa, o Executivo recuou em alguns pontos do plano, mas, segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ainda busca alternativas para compensar a redução prevista na arrecadação.
Contexto internacional
No cenário externo, fatores adicionais reforçavam o apetite por risco. Os mercados digeriam o adiamento do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, da aplicação de tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia. Após conversa telefônica com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Trump anunciou que a medida será postergada para 9 de julho, contra o prazo anterior de 1º de junho, com o objetivo de permitir negociações entre as partes.
A notícia trouxe alívio aos investidores, muitos dos quais só reagiram nesta terça-feira devido ao fechamento dos mercados americanos na véspera.
Outro ponto positivo foi a forte queda nos rendimentos dos títulos do Tesouro americano (Treasuries), acompanhando a redução nas taxas dos títulos japoneses, após reportagem da Reuters indicar que o Ministério das Finanças do Japão pode reduzir a emissão de títulos de longo prazo.
O movimento contribuiu para a queda das taxas de juros futuras no Brasil. O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,32%, a 99,269.
O Banco Central realiza nesta terça-feira um leilão de venda de dólar com compromisso de recompra, visando rolar vencimentos programados para 2 de julho. As propostas serão recebidas entre 10h30 e 10h35, com limite máximo de US$ 1 bilhão.