- CUIABÁ
- QUARTA-FEIRA, 1 , OUTUBRO 2025
A falta de definição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sobre seu papel nas eleições de 2026 tem gerado um impasse nas articulações políticas da direita em diversos estados do país. A indefinição tem atrasado alianças, dificultado o lançamento de candidaturas e criado divisões internas entre lideranças conservadoras. A apuração é do jornalista Pedro Venceslau.
De acordo com aliados próximos, a ausência de uma sinalização clara por parte de Bolsonaro sobre sua participação ou apoio na próxima eleição presidencial tem prejudicado o planejamento estratégico do PL e de outros partidos aliados. Um dos principais reflexos dessa paralisia ocorre em Minas Gerais, estado-chave na disputa nacional.
Lá, cresce a expectativa em torno de uma eventual candidatura do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) ao governo estadual. No entanto, a falta de uma diretriz nacional e as incertezas sobre possíveis alianças — especialmente com o PSD, que deve receber a filiação do atual vice-governador Mateus Simões — têm emperrado o avanço das negociações.
Atualmente, três correntes distintas disputam influência dentro do campo bolsonarista:
Grupo que defende manter o apoio irrestrito a Bolsonaro, independentemente de sua condição jurídica ou elegibilidade;
Setor que propõe apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, como o nome da direita para a Presidência da República;
Ala que defende a candidatura de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) como outsider, caso o pai esteja impedido de concorrer.
Essa fragmentação gera incertezas também em outras regiões estratégicas, como São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, onde lideranças de direita aguardam uma definição para traçar seus próximos passos.
A possibilidade de Eduardo Bolsonaro se lançar como alternativa presidencial tem causado preocupação nos bastidores, por representar o risco de fragmentação do eleitorado conservador, além de dificultar eventuais composições partidárias.
Enquanto o cenário nacional permanece indefinido, lideranças estaduais seguem em compasso de espera, o que pode comprometer a organização e a competitividade do campo bolsonarista nas eleições de 2026.