- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


Israel iniciou, nesta segunda-feira (13), a libertação de cerca de 2 mil prisioneiros palestinos, em cumprimento ao acordo de cessar-fogo firmado com o movimento islâmico Hamas. A medida inclui a soltura de 250 condenados por crimes graves, além de 1.700 palestinos detidos em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023.
Também está prevista a libertação de 22 menores palestinos, além da devolução dos corpos de 360 militantes mortos durante o conflito.
De acordo com o Hamas, pelo menos 154 prisioneiros foram deportados para o Egito. Fontes da agência de notícias Reuters informaram que os libertados não incluem líderes de alto escalão do grupo ou figuras proeminentes de outras facções, o que gerou críticas de familiares de alguns detidos que esperavam a soltura.
Chegada à Cisjordânia e Gaza
Os palestinos libertados chegaram à Cisjordânia e à Faixa de Gaza em ônibus. Alguns foram vistos comemorando pelas janelas, fazendo o gesto de “V” de vitória. Após a chegada, passaram por avaliações médicas. A libertação dos prisioneiros aconteceu logo após o Hamas entregar os últimos 20 reféns vivos capturados durante os ataques de 7 de outubro de 2023.
Acusações e acusações
Em comunicado oficial, o Hamas afirmou ter feito “todos os esforços para preservar a vida dos prisioneiros da ocupação israelense”, enquanto acusou Israel de submeter os prisioneiros palestinos a “violações, abusos, tortura e assassinatos”.
A organização reforçou o compromisso com os termos do acordo, mediado por Estados Unidos e países árabes, e destacou que a libertação dos prisioneiros é fruto da “resistência e firmeza do povo de Gaza”.
“O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu e seu exército não conseguiram libertar seus prisioneiros pela força. Foram obrigados a se submeter aos termos da resistência, que deixou claro que a libertação só seria possível por meio de um acordo de troca e do fim da guerra genocida”, afirmou o grupo, em nota.
Reações entre alegria e frustração
A libertação dos prisioneiros gerou reações mistas entre os palestinos. Milhares se reuniram no Hospital Nasser, no sul de Gaza, à espera dos recém-libertados.
Uma moradora identificada como Um Ahmed relatou à Reuters seu sentimento contraditório:
“Estou feliz pelos nossos filhos que estão sendo libertados, mas seguimos sofrendo pelas vidas perdidas e pela destruição em Gaza.”
Já Tala Al-Barghouti, filha do militante do Hamas Abdallah Al-Barghouti — condenado a 67 prisões perpétuas por envolvimento em atentados suicidas que mataram dezenas de israelenses entre 2001 e 2002 — criticou duramente o acordo.
“Foi um pacto doloroso, que sacrificou aqueles que mais contribuíram com a resistência e encerrou a esperança de sua libertação”, lamentou Tala, ao comentar a ausência do pai na lista de libertados.