quarta-feira, 19 - março 2025 - 13:51

Jayme Campos condena taxação de Trump e defende reciprocidade


Reprodução
Reprodução

O senador Jayme Campos (União-MT), um dos principais líderes ruralistas no Congresso Nacional, defendeu a rápida aprovação da Lei da Reciprocidade, que visa adotar medidas de resposta a barreiras comerciais impostas por outros países aos produtos brasileiros. A proposta, de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), foi aprovada na Comissão de Meio Ambiente e agora segue para a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em caráter terminativo.

Durante a discussão do projeto, Jayme Campos criticou duramente a taxação imposta pelo governo do ex-presidente Donald Trump, ressaltando que ela prejudica a competitividade do Brasil no mercado internacional. “Perdemos toda a nossa competitividade. Não podemos aceitar as imposições que estão nos fazendo. Lamentavelmente, eles estão vendo apenas o lado econômico”, afirmou, destacando a importância de defender a produção nacional.

O projeto aprovado na Comissão de Meio Ambiente, em substitutivo apresentado pela senadora Teresa Cristina (PP-MS), atribui à Câmara de Comércio Exterior (Camex) a responsabilidade de adotar contramedidas contra países ou blocos econômicos que adotem práticas protecionistas em relação aos produtos brasileiros. Entre as medidas citadas estão exigências ambientais mais rígidas do que as normas de proteção adotadas pelo Brasil, o que, segundo o projeto, prejudica a competitividade do país.

Jayme Campos reforçou que o Código Florestal Brasileiro é um dos melhores do mundo, comparado a outros países, e afirmou que a questão vai além da proteção ambiental. “O que percebemos é que isso virou uma guerra comercial, pela competitividade que, com certeza, conseguimos em relação a outros países”, afirmou.

Em sua defesa aos produtores rurais, o senador questionou as metodologias utilizadas pelos órgãos ambientais, que, segundo ele, não condizem com a realidade no campo. Campos destacou o empobrecimento dos produtores rurais, principalmente os de pequeno e médio porte, que, ao longo dos anos, perderam a capacidade de manter a limpeza das propriedades. “Quando eles tentam limpar a propriedade e conseguem um financiamento, chamam isso de desmatamento. E isso não é verdade”, explicou.

Em relação aos incêndios florestais, Jayme Campos atribuiu grande parte da situação a fatores climáticos, que, aliados à ação criminosa, contribuem para o problema. Ele citou o exemplo de incêndios criminosos em São Paulo, onde áreas destinadas ao cultivo de cana-de-açúcar foram incendiadas deliberadamente. “Você acha que o produtor rural quer queimar a sua propriedade? De maneira alguma. Se ele trabalha com pecuária, não quer que o pasto queime, pois isso comprometeria a alimentação de seu rebanho”, afirmou.

Ao final de sua fala, Jayme Campos lamentou o tratamento dado aos produtores rurais no Brasil, comparando com as práticas em outros países. “Em Portugal, eles produzem até dentro do rio. Eles nem sabem o que é uma área de preservação permanente (APP). Aqui, a situação é diferente, é tudo na base da pressão. Temos que reagir e exigir o respeito à nossa soberania. Não podemos admitir essa situação”, concluiu.

+