- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 25 , JULHO 2025
O deputado estadual Júlio Campos (União Brasil) afirmou que o governador Mauro Mendes (União) ainda não definiu se deixará o cargo em abril de 2026 para disputar uma das duas vagas ao Senado Federal. Segundo o parlamentar, o chefe do Executivo está indeciso e demonstra preocupação com a conclusão das principais obras de sua gestão.
A declaração foi dada por Júlio após uma reunião entre lideranças do União Brasil, realizada no dia 14 de julho, no Palácio Paiaguás. No encontro, Mendes compartilhou suas dúvidas quanto à possível candidatura ao Senado. Para disputar o cargo, ele precisaria se desincompatibilizar do governo até abril de 2026, conforme determina a legislação eleitoral.
“O governador expôs sua preocupação com relação à possível saída em abril do ano que vem. Disse que está um pouco indeciso e até certo ponto preocupado. Ele gostaria de entregar as grandes obras que o seu governo vem executando, mas elas podem não estar concluídas até lá”, afirmou Júlio Campos à imprensa.
Entre as obras citadas por Júlio estão o sistema BRT que vai ligar Cuiabá e Várzea Grande, a construção de quatro hospitais regionais, além do novo Hospital Universitário Júlio Müller, na Capital. O governador também deseja concluir o túnel no Portão do Inferno, em Chapada dos Guimarães, e o Parque Novo Mato Grosso — considerado por ele uma obra emblemática.
Tensão interna no União Brasil
A reunião no Palácio Paiaguás também teve como objetivo aparar arestas dentro do União Brasil, após o desconforto gerado por um jantar promovido pelo megaempresário do agronegócio Eraí Maggi, com a presença de lideranças políticas, incluindo Mauro Mendes, o vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos) e o presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira.
O encontro teria selado o apoio do grupo à pré-candidatura de Pivetta ao governo do Estado, o que incomodou integrantes do União Brasil que defendem uma candidatura própria da sigla — como a do senador Jayme Campos.
A movimentação reforça os bastidores da disputa pelo controle político do Palácio Paiaguás em 2026 e indica que, além das obras inacabadas, o futuro político de Mendes dependerá também de composições internas e interesses partidários.