- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 16 , DEZEMBRO 2025


O primeiro dia do júri popular do investigador da Polícia Civil Mário Wilson Vieira da Silva, acusado de matar o policial militar Thiago Ruiz, foi marcado por uma forte discussão entre a juíza Mônica Catarina Perri Siqueira e os advogados de defesa do réu. A tensão surgiu após a magistrada proferir a frase “que se dane” a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
O episódio gerou críticas por suposto desrespeito às prerrogativas da advocacia. Segundo o advogado de defesa Claudio Dalledone, a juíza se alterou ao saber que a OAB acompanhava a sessão para fiscalizar possíveis quebras de prerrogativa. “Ah, que se dane, uai. Vocês estão aí só levantando, OAB, OAB, OAB. Mantenham o respeito”, relatou Dalledone que a magistrada teria dito.
Após o episódio, advogados da OAB se reuniram em protesto na porta do Fórum na manhã desta terça-feira (16), pedindo a dissolução do conselho de sentença. Dalledone afirmou que a magistrada determinou a retirada da comissão de prerrogativas do plenário pela polícia, o que considera “um abuso de autoridade”. “O advogado tem um conjunto de direitos que se chama prerrogativas, elas devem ser respeitadas e estavam sendo violadas. Isso é um absurdo completo, mexeu com todos, a OAB do Brasil inteiro está mobilizada”, declarou.
O júri segue em andamento e a decisão sobre a dissolução do conselho de sentença ainda será aplicada, com novos jurados selecionados para garantir a imparcialidade.
O caso envolve o homicídio do policial militar Thiago Ruiz pelo investigador Mário Wilson Vieira da Silva, ocorrido em abril de 2023, em uma conveniência de Cuiabá. Imagens de câmeras de segurança mostram que o confronto começou após Thiago exibir sua arma, e Mário tentar tomá-la. Durante a discussão, ambos caíram ao chão e Mário disparou contra o PM.
Mário se apresentou à polícia em menos de 24 horas, alegando ter agido por medo de ser morto, embora não tenha explicado claramente a tentativa de tomar a arma da vítima.
Veja o vídeo: