segunda-feira, 16 - junho 2025 - 17:30

Justiça mantém presa mulher acusada de matar gatos


Reprodução
Reprodução

O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) decidiu manter a prisão preventiva de Larissa Karolina Silva Moreira, de 28 anos, conhecida como a “serial killer de gatos”. A decisão foi proferida nesta segunda-feira (16) pelo desembargador Lídio Modesto da Silva Filho, que negou o pedido de habeas corpus apresentado pela Defensoria Pública.

Estudante de Química da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Larissa é investigada por maus-tratos e morte de diversos gatos adotados ao longo de 2024, em Cuiabá. O caso veio à tona após uma ONG de proteção animal denunciar o desaparecimento de animais que haviam sido adotados por ela e seu companheiro.

A prisão foi efetuada na última sexta-feira (13), após policiais localizarem vestígios de sangue na residência da suspeita, no bairro Porto, em Cuiabá. No local, também foi encontrado um filhote de cachorro, posteriormente entregue a uma ONG. Um dos gatos, supostamente morto, foi localizado nas proximidades da casa. Durante o interrogatório, Larissa permaneceu em silêncio. A prisão foi confirmada em audiência de custódia realizada no fim de semana.

Apesar de Larissa não possuir antecedentes criminais, a juíza Silvana Ferrer Arruda considerou que ela representa risco à sociedade. Segundo a decisão judicial, a suspeita também responde a outros processos por ameaça.

A defesa alegou que não houve flagrante, uma vez que os supostos crimes ocorreram antes da abordagem policial, e solicitou a substituição da prisão por medidas cautelares, destacando que Larissa é ré primária. No entanto, o desembargador entendeu que a prisão em flagrante foi legal, com base no artigo 302 do Código de Processo Penal, que permite a detenção mesmo após a prática do crime, desde que existam indícios claros de autoria e materialidade.

Na decisão, o magistrado destacou os depoimentos do namorado da investigada, que relatou episódios de agressões físicas e afirmou que Larissa costumava levar os gatos para casa sem consultá-lo, temendo sua desaprovação. Segundo ele, muitos dos animais adotados desapareceram logo após a adoção, o que reforça a suspeita de maus-tratos.

O desembargador também apontou a frieza e a ausência de explicações plausíveis por parte da investigada como fatores que agravam o caso. “A omissão deliberada de informações e a conduta reiterada de adotar e descartar os animais configuram um risco concreto à ordem pública e justificam a continuidade da prisão preventiva”, escreveu.

As investigações seguem sob responsabilidade da Polícia Civil e da Delegacia Especializada do Meio Ambiente. Larissa pode responder por maus-tratos a animais com resultado morte — crime cuja pena foi agravada por lei federal sancionada em 2020.

+