terça-feira, 10 - junho 2025 - 15:33

Justiça mantém prisão de influencer por jogos online


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Luiz Gustavo Almeida, de 26 anos, influenciador digital de Cáceres (MT), teve a prisão temporária mantida pela Justiça após audiência de custódia realizada na última segunda-feira (9). A decisão foi proferida pela juíza Raíssa da Silva Santos Amaral, da 4ª Vara Criminal de Cáceres.

Conhecido nas redes sociais como “Guusta06”, Luiz Gustavo é um dos principais alvos da Operação Tiger Hunt, deflagrada pela Polícia Civil para investigar um esquema criminoso envolvendo lavagem de dinheiro, estelionato, extorsão, falsidade ideológica e exploração ilegal de jogos de azar — com foco no popular “Jogo do Tigrinho”.

Apesar de ter pouco menos de 6 mil seguidores no Instagram, o influenciador ostentava uma rotina de luxo, com fotos em jet-skis, passeios de lancha e veículos de alto padrão. Entre os bens apreendidos durante a operação está justamente a moto aquática utilizada em suas postagens.

Em um dos vídeos publicados antes da prisão, Luiz Gustavo aparece jogando em uma plataforma de apostas e celebra um suposto ganho expressivo:

“Como é bom saber a hora certa de subir a bet, de 500 a 2k em menos de 5 minutos. Plataforma boa é outra história!”, declarou.

Para a magistrada, a gravidade dos crimes investigados e os elementos já reunidos justificam a manutenção da prisão, sem indícios de ilegalidade na decisão.

Esquema envolvia influenciadores e simulações de ganhos

A investigação da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf) de Cáceres durou cerca de cinco meses. De acordo com a Polícia Civil, o grupo criminoso utilizava influenciadores digitais para promover plataformas ilegais de apostas online. As estratégias incluíam vídeos com demonstrações falsas de ganhos rápidos e elevados, que atraiam novos apostadores.

As plataformas eram frequentemente substituídas por novas versões, dificultando a identificação dos responsáveis. Uma das práticas utilizadas pelo grupo era o uso de versões demonstrativas dos jogos com senhas programadas para garantir vitórias fictícias, o que aumentava a confiança dos usuários e incentivava as apostas.

O grupo também é acusado de utilizar CPFs de pessoas em situação de vulnerabilidade social, comprados para a abertura de contas bancárias digitais. Essas contas eram usadas no fluxo financeiro das apostas, facilitando o processo de lavagem de dinheiro.

Patrimônio incompatível com a renda

Durante a operação, a polícia cumpriu quatro mandados de prisão, cinco de busca e apreensão, além do sequestro de bens móveis e imóveis, quebra de sigilos bancário e telefônico, e suspensão das atividades de empresas ligadas ao grupo investigado.

As autoridades apontam que os investigados apresentavam um crescimento patrimonial incompatível com a renda declarada, com a aquisição de imóveis, veículos de luxo, joias e viagens para destinos turísticos.

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