quinta-feira, 14 - agosto 2025 - 16:17

Justiça solta influencer de MT e impõe tornozeleira eletrônica


Presa em Cuiabá em junho, Emilly Souza não poderá usar redes sociais, nem divulgar jogos e sorteios
Presa em Cuiabá em junho, Emilly Souza não poderá usar redes sociais, nem divulgar jogos e sorteios

A 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Ceará (TJ-CE) concedeu, nesta quarta-feira (13), liberdade provisória à influenciadora digital Emilly Souza, de Cuiabá. Ela é acusada de integrar um esquema de divulgação de jogos de azar online, como o conhecido “Jogo do Tigrinho”.

A decisão impôs medidas cautelares restritivas, entre elas o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno, proibição do uso de redes sociais e de exercer qualquer atividade econômica relacionada a apostas ou sorteios.

Os desembargadores seguiram por unanimidade o voto do relator, desembargador Sérgio Luiz Arruda Parente, que atendeu parcialmente ao habeas corpus impetrado pelo advogado Rodrigo Pouso Miranda.

Emilly foi alvo da Operação Quéfren, deflagrada em 3 de abril pela Polícia Civil do Ceará, mas só foi presa no dia 4 de junho, em Cuiabá, na casa da mãe, no bairro Santa Terezinha. Outra investigada em Mato Grosso, a estudante de odontologia Mariany Nayara Silva Dias, de Várzea Grande, também chegou a ser detida, mas foi liberada em 30 de maio.

Operação Quéfren investiga esquema milionário envolvendo influenciadores

A Operação Quéfren foi deflagrada simultaneamente nos estados do Ceará, Mato Grosso, São Paulo e Pará, com o cumprimento de 13 mandados de prisão, 17 de busca e apreensão, 23 buscas veiculares, 15 bloqueios de bens e valores, entre outras medidas judiciais.

As investigações, iniciadas em abril de 2024, apontam a existência de uma organização criminosa transnacional que teria movimentado cerca de R$ 300 milhões em dois anos, por meio da divulgação de cassinos e jogos de azar online — prática proibida no Brasil.

De acordo com a Polícia Civil, influenciadores digitais produziam vídeos exibindo supostos ganhos financeiros em plataformas de apostas, com o objetivo de atrair novos jogadores. No entanto, as gravações eram feitas em contas “demo”, que simulam apostas com dinheiro fictício. Os conteúdos eram exibidos nas redes sociais, normalmente acompanhados de ostentação, como viagens e festas pagas pelas plataformas.

Ainda segundo as autoridades, os influenciadores recebiam valores fixos pela divulgação ou comissões proporcionais ao número de cadastros e depósitos realizados por usuários indicados. Alguns ainda atuavam como intermediários, indicando outros influenciadores aos chefes das plataformas, cujos proprietários estariam, em sua maioria, na China.

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