Entre janeiro e junho de 2025, as operações da Lei Seca em Mato Grosso resultaram no registro de mais de 17 mil infrações de trânsito, segundo balanço divulgado pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT). De acordo com a reportagem divulgada pelo Jornal A Gazeta, as ações de fiscalização foram realizadas em nove municípios e revelam uma média de 10 prisões por dia no primeiro semestre do ano.

Ao todo, 205 operações foram executadas durante o período, representando uma média de 34 ações por mês. As blitze ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, Cáceres, Tangará da Serra, Nova Mutum, Sorriso, Sinop, Alta Floresta e Barra do Garças. Ainda de acordo com os dados, mais de 6 mil veículos foram removidos, 28 mil testes do bafômetro foram realizados e 1.886 pessoas foram presas.

Apesar de nem todas as autuações estarem diretamente relacionadas ao consumo de álcool, especialistas alertam para o perigo da combinação entre bebida e direção — uma prática que ainda encontra certa tolerância social, mas que tem consequências fatais.

“Você não tem tanta paciência para aguardar o sinal vermelho, vai querer dar aquela acelerada no sinal amarelo pensando que vai dar tempo e, às vezes, não dá. Tem aqueles sinistros de cruzamento, a pessoa quer ultrapassar de forma imprudente, se distrai com música alta ou conversas, e tudo isso compromete a atenção”, explica o médico Áquila Couto, diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet).

Couto reforça que cada organismo reage de forma diferente ao consumo de álcool, mas mesmo uma pequena quantidade já pode prejudicar o tempo de reação e o controle emocional, fatores fundamentais para uma condução segura.

“Mesmo que alguém acredite que um copo não faz diferença, o cérebro já pode estar sofrendo os efeitos do álcool, como leveza e euforia, que podem evoluir para agressividade, impaciência e redução de tolerância”, acrescenta.

A legislação brasileira é clara: tolerância zero para álcool no trânsito. Qualquer índice detectado no teste do bafômetro pode levar à multa, suspensão da CNH e até prisão. A intensificação das operações, segundo autoridades, é fundamental para prevenir acidentes e salvar vidas.