O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), se reuniu nesta quinta-feira (25), nos Estados Unidos, com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o influenciador Paulo Figueiredo. O encontro ocorre em meio a críticas de parte da direita à atuação de Eduardo e dois dias após o parlamentar sofrer reveses na Câmara.

Na terça-feira (23), Eduardo Bolsonaro foi impedido de assumir a função de líder da minoria, além de ter um processo instaurado contra ele pelo Conselho de Ética devido à sua atuação nos Estados Unidos. A postura do deputado, na avaliação de integrantes da direita, pode dificultar ainda mais a costura de uma estratégia que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos e três meses por tentativa de golpe de Estado.

A expectativa era que Sóstenes pudesse ajudar a acalmar os ânimos de Eduardo e Paulo Figueiredo. No entanto, durante a conversa desta quinta-feira, os três reafirmaram a defesa da anistia ampla e rejeitaram a proposta de um projeto de lei que visa reduzir as penas dos condenados pela tentativa de golpe.

Nas redes sociais, Eduardo Bolsonaro publicou: “Todos unidos pela anistia”. O relator do texto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), passou a se referir à proposta como PL da Dosimetria, após a urgência ter sido aprovada inicialmente como PL da Anistia. Embora parte do entorno do ex-presidente veja na dosimetria uma alternativa mais viável, Bolsonaro, segundo apurou a CNN, ainda não autorizou os articuladores do PL a negociar a redução das penas, mantendo a insistência pelo perdão total.

Em prisão domiciliar desde 4 de agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do STF, Bolsonaro recebeu nesta semana o próprio Sóstenes Cavalcante, o líder da Oposição no Senado Rogério Marinho (PL-RN) e o deputado federal Rodrigo Valadares (PL-SE). Nos próximos dias, estão previstos encontros com Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo.

A prisão domiciliar foi imposta por descumprimento de medidas cautelares relacionadas ao inquérito que investiga coação de Eduardo Bolsonaro ao Judiciário. A defesa do ex-presidente solicitou a revogação da prisão domiciliar, destacando que ele não foi denunciado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, nesta semana, junto com Eduardo e Paulo Figueiredo. Contudo, a revogação deve ser negada devido ao risco de fuga apontado pela Justiça.