- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quarta-feira (24), em Nova York, estar satisfeito com os resultados de sua participação na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), destacando especialmente o gesto do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em sinalizar a abertura de um diálogo.
“Aquilo que parecia impossível deixou de ser impossível e aconteceu. Fiquei feliz quando Trump disse que houve uma química boa entre nós”, declarou Lula durante coletiva de imprensa.
O presidente ressaltou a importância de superar os atritos entre Brasil e Estados Unidos, ressaltando que os dois países são as maiores democracias do continente e compartilham interesses relevantes nas áreas empresarial, industrial, tecnológica, científica, comercial, além de temas como inteligência artificial e digitalização.
“Fiz questão de dizer a Trump que temos muito a conversar. Existem muitos interesses em jogo e diversas questões para discutir, inclusive a necessidade de garantir a paz no planeta. Fiquei satisfeito quando ele afirmou que é possível dialogar”, acrescentou.
COP30: “A COP da verdade”
Lula também abordou a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que ocorrerá em novembro, em Belém. Segundo o presidente, será a “COP da verdade”, destinada a demonstrar o grau de comprometimento global no combate às mudanças climáticas. Ele reafirmou o convite para que líderes mundiais participem do evento.
“Precisamos que cientistas expliquem aos chefes de Estado o que está acontecendo no mundo para facilitar as tomadas de decisão”, afirmou. Lula destacou ainda que os países estão apresentando Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) rigorosas e razoáveis, o que considera fundamental.
Reforma da ONU e defesa do multilateralismo
O presidente defendeu uma reforma estrutural na ONU para que ela reflita melhor a realidade atual do mundo. “Desde 1945, o mundo evoluiu e a ONU precisa acompanhar essa mudança. A organização está mal representada. É preciso acabar com o direito de veto e garantir que, sobretudo nas decisões sobre clima, todos cumpram o que for votado”, afirmou.
Críticas aos gastos militares e apelo pela paz
Lula criticou o elevado investimento global em armamentos e lamentou o aumento dos conflitos armados pelo mundo.
“Não consigo entender por que o mundo quer destruir, quando precisamos construir. Não é normal o que está acontecendo na Rússia e na Ucrânia, nem em Gaza. A quantidade de conflitos hoje é a maior desde a Segunda Guerra Mundial”, disse.
Ele também destacou o paradoxo dos trilhões de dólares investidos em armas, enquanto recursos para combater a fome mundial são insuficientes.