O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comunicou a auxiliares sua decisão de demitir o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, alvo da operação “Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal nesta semana. A ação investiga supostas irregularidades em descontos de mensalidades associativas sobre benefícios previdenciários, como aposentadorias e pensões.

Stefanutto foi afastado do cargo após a operação e teve mandados de busca e apreensão cumpridos em seu gabinete e em sua residência. Apesar da decisão de Lula, a saída do atual chefe do INSS ainda não foi oficializada. Segundo fontes do governo, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi (PDT), estaria tentando adiar a exoneração, por avaliar que o momento não seria o mais adequado. Stefanutto é uma indicação direta de Lupi.

A operação da PF é considerada sensível dentro do governo. A ofensiva policial, que mira um esquema bilionário de irregularidades, inclui 211 mandados judiciais de busca e apreensão, sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão e seis mandados de prisão temporária em 13 estados e no Distrito Federal.

A “Sem Desconto” investiga a atuação de entidades que teriam fraudado convênios com o INSS para obter repasses indevidos de valores descontados diretamente da folha de pagamento de beneficiários. A apuração envolve suspeitas de corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.