O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (17) que, se o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tivesse promovido no Brasil uma ação semelhante à invasão do Capitólio, ocorrida em 2021, poderia estar preso. A declaração foi feita durante discurso no congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), em Goiânia (GO).

“Se o Trump morasse no Brasil e tentasse fazer aqui o que fez no Capitólio, certamente também seria julgado e poderia ser preso”, disse Lula. O petista ainda destacou a inédita prisão de generais no país, no contexto das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

“É a primeira vez na história que temos três generais presos, e não estão presos à toa: estão presos porque queriam dar um golpe”, afirmou o presidente.

Atualmente, dois generais estão presos preventivamente, apontados como participantes da trama golpista:

• Walter Souza Braga Netto, detido em dezembro de 2024, é acusado de integrar o núcleo central do plano para anular o resultado das eleições;

• Mário Fernandes, preso em novembro de 2024, é investigado por fazer parte de um grupo radical que defendia a ruptura institucional.

As investigações também têm como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), acusado de liderar articulações para impedir a posse de Lula, eleito em 2022.

Relembre o caso do Capitólio

Em 6 de janeiro de 2021, nos últimos dias de seu mandato, Donald Trump discursou a apoiadores em Washington criticando seu então vice-presidente, Mike Pence, por não tentar barrar a certificação da vitória de Joe Biden. Após o discurso, centenas de manifestantes invadiram o Capitólio dos EUA, onde o Congresso se reunia para validar oficialmente os resultados da eleição.

As cenas de violência, com quebra-quebra, confronto com a polícia e a interrupção dos trabalhos legislativos, marcaram um dos episódios mais graves da história recente da democracia americana.

Após quatro anos de governo Biden, Trump voltou ao poder neste ano, vencendo as eleições presidenciais de 2024 e reassumindo a presidência dos Estados Unidos em 2025.