Em entrevista ao programa De jogador para jogador, neste sábado (16), Vanderlei Luxemburgo fez duras críticas a Neymar, destacando que o ego do atacante atrapalha seu desempenho e evolução como jogador. O técnico, que atualmente comanda o futebol no Brasil, abordou ainda o futuro da seleção brasileira e a estrutura do futebol nacional, ressaltando a importância da mudança para alcançar o sucesso nas competições internacionais.

Luxemburgo afirmou que, para o Brasil conquistar uma Copa do Mundo, será necessário mudar a estrutura do futebol brasileiro. Ele citou exemplos históricos, como Cafu, Roberto Carlos, Ronaldinho, Rivaldo e Ronaldo, jogadores que, segundo ele, decidiram Copas do Mundo. “Quem hoje pode decidir? O único que poderia ajudar seria o Neymar, desde que ele coloque na cabeça que é um jogador de nível de Copa do Mundo. Se não colocar, não adianta”, alertou o técnico.

Sobre o talento de Neymar, Luxemburgo reconheceu a habilidade do atacante, mas fez críticas à sua reação diante de cobranças externas. “Com 50%, ele joga mais do que qualquer um que está ali. Neymar tem um ego muito maior do que ele. O Santos foi o time de Pelé, a torcida vaiou o Pelé, cobrou. O Neymar não aceita ser cobrado por ninguém, porque o ego dele é maior. A reação dele é de agredir e atacar quem diz que não é um jogador de qualidade”, afirmou. Para o treinador, Neymar precisa transformar as críticas em algo positivo para sua evolução. “Ele pode receber críticas e tem que transformar isso em algo positivo para ele”, acrescentou.

Luxemburgo também fez uma comparação histórica para ilustrar sua opinião. “Pelé só foi ser o Pelé em 1970. Em 1958 e 1962, quem ganhou a Copa foi o Garrincha. Quanto mais maduro, melhor. Basta ele querer”, afirmou, sugerindo que Neymar, assim como Pelé, ainda precisa amadurecer para alcançar seu potencial máximo.

Quanto à posição de Neymar em campo, o treinador sugeriu que o atacante deve atuar mais próximo da área, similar ao papel de Tostão na Copa de 1970. “Neymar não pode jogar mais onde jogou. Tem que ser perto da área, porque ninguém vai tocar a porrada nele. Se jogar perto da área e tiver paciência para se movimentar atrás dos volantes, quando pegar a bola será decisivo”, explicou Luxemburgo, indicando que a mudança de função poderia melhorar o desempenho do jogador.

Luxemburgo revelou ainda que, se fosse o treinador da seleção, teria uma conversa franca com o pai de Neymar. “Eu teria uma conversa com o pai do Neymar e ele junto: vocês querem disputar uma Copa? Eu vou convocar, mas a regra é essa aqui. Esquece o que tem de dinheiro, de conquista, que você é o melhor. Quer ir comigo? Vai junto. E colocaria como atacante solto”, afirmou, sugerindo que Neymar precisa focar mais no coletivo e em sua responsabilidade como líder da seleção.

O comentário ocorre em um momento de grande expectativa para a seleção brasileira, com a convocação para as últimas partidas das eliminatórias da Copa do Mundo se aproximando. No próximo dia 25, Carlo Ancelotti divulgará os 23 nomes para os jogos contra Chile e Bolívia. Neymar, que não atua pela seleção desde outubro de 2023 devido a lesões no joelho, está presente na pré-lista de 50 jogadores entregue à Fifa.