terça-feira, 26 - agosto 2025 - 17:14

Maduro reage à mobilização militar dos EUA: “Ninguém toca nesta terra”


Venezuelano Nicolás Maduro
Venezuelano Nicolás Maduro

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, reagiu nesta segunda-feira (25) à crescente tensão provocada pela mobilização militar dos Estados Unidos no sul do mar do Caribe. Em discurso transmitido pela televisão estatal, ele questionou o que aconteceria nos EUA caso um opositor interno pedisse intervenção estrangeira, como alegou ter ocorrido em território venezuelano.

“O que fariam os tribunais dos EUA se um americano, homem ou mulher, de qualquer classe social — seja líder de opinião, de um partido ou força política — pedisse a outras potências que viessem com navios, bombardeassem, matassem e interviessem?”, questionou Maduro.

Segundo ele, a resposta a essa pergunta equivaleria à resposta que se deve dar sobre a situação na Venezuela. O líder venezuelano afirmou ainda estar convencido de que, diante de uma ameaça, “o povo americano defenderia sua terra, sua pátria, sua paz e sua segurança” — o que, segundo ele, os venezuelanos também estariam fazendo.

“Estamos dentro da nossa lei e ninguém toca nesta terra”, declarou.

Estados Unidos aumentam presença militar no sul do Caribe

Enquanto isso, os Estados Unidos intensificaram sua presença militar na região do Caribe. Segundo informações obtidas pela agência Reuters, o governo norte-americano ordenou o envio de mais embarcações de guerra como parte do esforço para combater cartéis de drogas latino-americanos, considerados ameaças à segurança nacional.

Duas fontes com conhecimento direto da operação, que pediram anonimato, informaram que os navios USS Lake Erie, um cruzador de mísseis guiados, e USS Newport News, um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear, devem chegar à região no início da próxima semana.

As fontes não detalharam a missão exata das embarcações, mas disseram que o foco está em “organizações narcoterroristas” com atuação na região. Na semana passada, outras fontes informaram que os EUA também enviaram um esquadrão anfíbio para o sul do Caribe.

As embarcações USS San Antonio, USS Iwo Jima e USS Fort Lauderdale deveriam ter chegado à costa venezuelana já no domingo (24). Esses navios transportam cerca de 4.500 militares, incluindo 2.200 fuzileiros navais.

O movimento ocorre em meio ao agravamento da crise política e econômica na Venezuela, além de tensões diplomáticas persistentes entre Caracas e Washington, intensificadas desde o governo do ex-presidente Donald Trump, que mantém uma postura dura contra o regime de Maduro.

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