- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 2 , OUTUBRO 2025
O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), manifestou apoio ao projeto de resolução que proíbe a posse de parlamentares condenados por peculato, crime que inclui a chamada “rachadinha” — prática que consiste no desvio ou apropriação indevida de salários de servidores comissionados.
A proposta, de autoria do deputado estadual Gilberto Cattani (PL), altera o Código de Ética da Casa e já foi aprovada em primeira votação. A matéria ganhou repercussão após a posse da suplente Edna Sampaio (PT), que assumiu a vaga do deputado estadual Lúdio Cabral (PT). Edna responde na Justiça por rachadinha e foi cassada pela Câmara Municipal de Cuiabá justamente por essa prática.
Em entrevista concedida na manhã desta quarta-feira (20), Max Russi afirmou desconhecer detalhes do processo que envolve a parlamentar, mas foi enfático ao condenar o desvio de salários de servidores.
“Eu não conheço o processo da Edna, não tenho conhecimento dessa ação. Mas é inadmissível a prática de rachadinha. Quem faz rachadinha, quem divide salário com servidor, precisa ser expulso da política. Não podemos, como deputados, aceitar isso”, declarou.
Russi ainda completou:
“Subtrair salário de servidor que está trabalhando é algo que a gente não pode tolerar.”
Justificativa do projeto
Na justificativa do projeto, Gilberto Cattani argumenta que a medida é necessária para preservar a credibilidade do Parlamento estadual:
“A previsão de impedimento ao exercício parlamentar decorrente da prática criminosa de peculato-desvio, popularmente conhecida como ‘rachadinha’, é medida que se impõe para manter a lisura e a idoneidade moral da Casa de Leis do Estado de Mato Grosso”, afirma o deputado.
Cattani destaca ainda que:
“A condenação por crime de tamanha gravidade fere diretamente os princípios que regem a função parlamentar e compromete a legitimidade do Poder Legislativo. Uma vez ausente a idoneidade moral, é impossível o exercício do mandato.”
O projeto seguirá agora para segunda votação em plenário. Caso aprovado, passará a integrar oficialmente o Código de Ética da ALMT.