terça-feira, 20 - maio 2025 - 15:46

Maysa não descarta processo contra vereadores: “Chance de defesa”


Vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos)
Vice-presidente da Câmara de Cuiabá, Maysa Leão (Republicanos)

A vice-presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Maysa Leão (Republicanos), afirmou nesta segunda-feira (20) que não está descartada a abertura de um processo ético-disciplinar contra os vereadores Chico 2000 (PL) e Sargento Joelson (PSB). Ambos estão afastados de seus mandatos desde o dia 29 de abril por decisão da Justiça de Mato Grosso, no âmbito da Operação Perfídia, que investiga um suposto esquema de pagamento de propina relacionado às obras do viaduto do Contorno Leste, na capital.

“A população pode cobrar e acompanhar. Não condenamos ninguém de forma antecipada, mas a abertura de um processo ético é justamente uma oportunidade para que os vereadores apresentem sua defesa. E nós vamos tomar as providências necessárias”, afirmou Maysa.

Apesar da sinalização, a vereadora destacou que o procedimento só será instaurado caso haja indícios de materialidade. A Mesa Diretora da Câmara aguarda a conclusão do inquérito policial para decidir os próximos passos.

“Faço um compromisso público de que faremos um trabalho sério, baseado principalmente em provas. A Câmara de Cuiabá é o único parlamento de Mato Grosso que já cassou vereadores por quebra de decoro em todas as legislaturas. Esta Casa pune, sim, quem comete irregularidades”, completou.

Diferença de envolvimento

Maysa Leão ponderou que há diferença no nível de envolvimento entre os dois parlamentares investigados. Segundo ela, há indícios mais robustos contra Sargento Joelson, enquanto Chico 2000 teria sido apenas citado em uma conversa extraída das investigações.

“Sabemos que um dos vereadores apresenta materialidade nas acusações, o outro não. Não podemos agir apenas com base em matérias da imprensa, porque isso fragiliza todo o processo e coloca todos em situação de vulnerabilidade”, explicou.

De acordo com as investigações, uma conversa por aplicativo de mensagens entre Sargento Joelson e um ex-funcionário da empreiteira HB20 Construtora indica que Chico 2000 teria dado “aval” para o suposto recebimento de propina. No entanto, até o momento, Chico não é diretamente implicado como beneficiário do esquema.

“Vingança pessoal”, diz vereadora

Maysa também criticou o pedido de abertura de uma comissão processante contra Chico 2000 feito anteriormente pelo ex-juiz federal Julier Sebastião, que foi rejeitado pela Casa.

“Foi um pedido com motivação política e pessoal. Julier tem uma clara necessidade de revanche contra Chico. O material apresentado eram apenas prints de matérias jornalísticas, e nenhuma delas prova envolvimento direto do vereador. Precisamos agir com responsabilidade”, afirmou.

Julier é filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT) e integrou a equipe de defesa da ex-vereadora Edna Sampaio (PT), cassada na legislatura passada. Na ocasião, ela acusou Chico 2000 de violência política de gênero.

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