O cantor Marlon Brandon Coelho Couto, conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso na madrugada desta quinta-feira (29), no Rio de Janeiro, por suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas.

A prisão foi realizada por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE), que cumpriram mandado de prisão temporária na residência do artista, localizada em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da capital fluminense.

De acordo com a Polícia Civil, Poze se apresenta exclusivamente em bailes realizados em comunidades controladas pela facção Comando Vermelho (CV). Nessas apresentações, é comum a presença de traficantes armados com fuzis, que garantem a segurança do cantor e exibem poderio bélico livremente.

As investigações indicam que as letras das músicas de MC Poze incentivam o uso ilegal de armas, o tráfico de drogas e exaltam confrontos entre facções criminosas. Segundo a DRE, os shows do artista seriam utilizados como estratégia de geração de lucro para o crime organizado, com parte da arrecadação sendo revertida para a compra de entorpecentes e armamentos.

“A liberdade de expressão possui limites constitucionais. As letras do cantor extrapolam esses limites e configuram crimes graves”, afirmou a Polícia Civil em nota. As autoridades continuam investigando outros envolvidos e possíveis financiadores dos eventos realizados nas comunidades.

Histórico de investigações

Essa não é a primeira vez que o cantor se envolve em polêmicas. Em novembro de 2023, ele foi alvo da Operação Rifa Limpa, que apurava sorteios ilegais promovidos nas redes sociais. Na ocasião, a polícia apreendeu carros de luxo e joias, mas os bens foram devolvidos no mês passado, após a Justiça considerar falta de provas que os ligassem aos crimes investigados.

A atual investigação ganhou força após a divulgação de vídeos recentes, em que o artista aparece em um baile na comunidade Cidade de Deus, cercado por criminosos exibindo fuzis diante das câmeras. Poucos dias depois, um policial civil foi morto durante uma operação na mesma região.

Poze também se apresentou em 2020 em um evento semelhante na comunidade do Jacaré, novamente com a presença ostensiva de traficantes armados.

As investigações seguem em curso para apurar a extensão da participação do cantor no esquema e identificar outros agentes envolvidos nas atividades criminosas.