- CUIABÁ
- DOMINGO, 17 , AGOSTO 2025
Será que o prazer sexual realmente deixa a pele mais bonita? O chamado “efeito glow” pós-sexo não é apenas impressão — tem explicação científica. De acordo com a dermatologista Cristina Salaro, durante a relação sexual o corpo libera uma série de hormônios que impactam diretamente na saúde e na aparência da pele.
“Endorfinas, dopamina, ocitocina e até o hormônio do crescimento são liberados durante a relação. Eles ajudam a reduzir o estresse, a controlar inflamações e a melhorar a circulação sanguínea, o que se reflete no viço da pele”, explica a especialista.
De acordo com Cristina, a ocitocina, por exemplo, está ligada à sensação de bem-estar e vínculo afetivo, e ajuda a reduzir os níveis de cortisol — o hormônio do estresse, relacionado à piora de condições como acne e envelhecimento precoce. Já a dopamina melhora o humor e também contribui para um ambiente interno menos inflamatório.
A dermatologista também destaca o hormônio do crescimento (GH), liberado em picos durante a excitação e o orgasmo. Ele tem papel importante na reparação celular e na manutenção do colágeno e da elastina, estruturas essenciais para firmeza e elasticidade da pele.
“Além disso, adrenalina e noradrenalina aumentam a circulação sanguínea, o que pode provocar um rubor e brilho temporários — o famoso ‘glow‘ logo após o sexo”, complementa Cristina.
Embora o efeito imediato seja visível, a dermatologista lembra que esse viço costuma ser passageiro. “O prazer sexual traz, sim, reflexos na pele. No entanto, os resultados mais duradouros dependem de uma rotina de cuidados, como limpeza, hidratação e proteção solar”, reforça Cristina.
Em relação a condições específicas, como acne, rosácea e psoríase, a influência do sexo pode variar. “A redução do estresse e o equilíbrio hormonal ajudam em alguns casos, especialmente na rosácea e na psoríase, que têm componentes emocionais e inflamatórios. Porém, a fricção e o calor podem piorar sintomas em peles mais sensíveis.”
Segundo a especialista, se comparada a outras práticas, caso da atividade física e da meditação, a relação sexual compartilha alguns mecanismos em comum — como a liberação de endorfina e o aumento da circulação. A diferença está no contato pele a pele, que exige cuidados extras.
A recomendação é manter uma boa higiene antes e depois da relação, usar preservativos e lubrificantes adequados — evitando receitas caseiras que podem causar irritações — e observar possíveis sinais de infecções ou dermatites.
“O sexo pode contribuir com o viço da pele, mas não substitui hábitos essenciais. A rotina de skincare continua sendo fundamental para manter a saúde e beleza da pele ao longo do tempo”, finaliza Cristina Salaro.