sexta-feira, 27 - junho 2025 - 13:10

Mendes manda Sesp apurar quem vazou inquérito contra deputados de MT


Governador Mauro Mendes
Governador Mauro Mendes

O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), determinou à Secretaria de Estado de Segurança Pública (SESP) que adote providências urgentes para identificar a origem do vazamento de um relatório sigiloso da Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), da Polícia Civil. O documento embasou uma reportagem nacional que cita 14 deputados estaduais suspeitos de envolvimento em um esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares.

A ordem foi registrada pelo próprio governador em despacho manuscrito no ofício enviado pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Russi (PSB), que solicitou a apuração do caso. Mendes escreveu: “Ao secretário de Segurança para providências urgentes para identificação do vazamento”, com data desta quarta-feira (26).

Além de Russi, outros parlamentares também assinaram o ofício. Durante a oitiva do secretário-chefe da Controladoria Geral do Estado (CGE), Paulo Farias Netto, os deputados já haviam manifestado preocupação com a exposição do conteúdo sigiloso.

No documento, a ALMT alega que o relatório da Deccor — ainda em fase de apuração — passou a circular em meios não oficiais, comprometendo o devido processo legal e a ampla defesa dos parlamentares mencionados. A matéria foi publicada pelo portal UOL e também citou um prefeito e um secretário de Estado entre os investigados. Eles teriam destinado emendas à Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf), supostamente utilizadas na compra de kits agrícolas com preços superfaturados.

A Assembleia afirma que há uma tentativa de “criminalizar emendas parlamentares legítimas” e alerta para a possível violação de normas legais sobre o sigilo de informações, segurança pública e administração da Justiça.

O relatório vazado está ligado à Operação Suserano, deflagrada pela Deccor em setembro de 2024, que apura um esquema que teria causado prejuízo de até R$ 28 milhões aos cofres públicos. A investigação aponta fraudes e sobrepreço na aquisição de equipamentos agrícolas como roçadeiras, adubadeiras costais e perfuradores de solo.

+