sexta-feira, 11 - julho 2025 - 17:54

Milei diz que vetará aumento de aposentadorias aprovado pelo Senado


Presidente da Argentina, Javier Milei
Presidente da Argentina, Javier Milei

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou nesta quinta-feira (10) que vetará o projeto de lei aprovado pelo Senado que concede aumento de 7,2% nas aposentadorias e reajustes nos bônus previdenciários. Em discurso na Bolsa de Comércio da Cidade de Buenos Aires, o chefe do Executivo também garantiu que judicializará a questão caso o Congresso derrube o veto.

“Todos sabem o que vou fazer. Vamos vetar. E, mesmo na circunstância de que o veto seja derrubado, vamos judicializar”, declarou Milei, reforçando o compromisso do governo com a política de superávit fiscal.

A proposta aprovada pelos senadores prevê que as aposentadorias, atualmente em 309 mil pesos (cerca de R$ 1.360), recebam reajuste de 7,2%. Além disso, foram aprovados aumentos nos bônus mensais que complementam a renda dos aposentados. O Senado também votou a favor da prorrogação das moratórias previdenciárias, permitindo que pessoas que não tenham completado os 30 anos de contribuição possam se aposentar.

O governo argentino, no entanto, considera a medida uma ameaça direta ao equilíbrio das contas públicas. Membros da administração Milei classificaram os aumentos como uma “irresponsabilidade política” e reforçaram que a política de superávit é “permanente e inegociável”.

Pressão social

A pressão por melhorias nos benefícios previdenciários cresce no país. Semanalmente, aposentados organizam protestos em frente ao Congresso, reivindicando aumentos nas pensões e denunciando a perda do poder de compra, especialmente para medicamentos e itens básicos.

Além das mudanças na Previdência, os senadores também aprovaram uma lei de emergência para pessoas com deficiência. A proposta prevê o financiamento de pensões, reajuste de pagamentos para serviços de atendimento integral e destinação de fundos para programas específicos voltados a essa população.

Milei, porém, tem reiterado que todas as iniciativas que possam comprometer o ajuste fiscal do país serão barradas, seja por meio de veto presidencial ou pela via judicial.

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