segunda-feira, 4 - agosto 2025 - 19:05

Brasil pode negociar minerais críticos e terras raras com EUA


Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (4) que os minerais críticos e as chamadas terras raras poderão entrar na pauta das negociações tarifárias com os Estados Unidos. Segundo ele, um acordo de cooperação envolvendo esses recursos estratégicos pode ser firmado entre os dois países.

“Temos minerais críticos e terras raras. Os Estados Unidos não são ricos nesses minerais. Podemos fazer acordos de cooperação para produzir baterias mais eficientes”, disse Haddad em entrevista à BandNews.

Os minerais críticos, como lítio e nióbio, são essenciais para a produção de baterias elétricas e de processadores voltados à inteligência artificial (IA). O tema ganhou relevância com a discussão, desde maio, de um novo marco regulatório para IA e datacenters (centros de processamento de dados) no Brasil.

Plano de contingência contra tarifaço

Sobre o impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros — um resquício do governo Trump —, Haddad informou que o plano de contingência já está pronto e será anunciado até quarta-feira (6), data marcada para a entrada em vigor das novas tarifas.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também confirmou que o plano foi concluído. As medidas devem incluir linhas especiais de crédito e apoio às compras governamentais para mitigar os impactos nos setores atingidos.

Novas exceções ainda são possíveis

Haddad não descartou a possibilidade de ampliação da lista de exceções por parte dos Estados Unidos antes do prazo final. Segundo ele, o Brasil continua negociando e considera os termos atuais das tarifas como inaceitáveis.

“Creio que alguma coisa ainda pode acontecer até o dia 6. Pode acontecer, mas não trabalhamos com uma data fatídica. Não sairemos da mesa de negociação enquanto não houver perspectiva de um acordo com interesses comuns. Nesses termos, o Brasil, evidentemente, não aceitará, porque não faz o menor sentido a taxação imposta ao país”, afirmou.

Setor cafeeiro pode ser beneficiado

Um dos setores que pode ser excluído da nova taxação é o do café. Após reunião com Alckmin, o presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), Marcio Ferreira, afirmou que há “50% de chances” de o setor ser retirado da lista de produtos sujeitos à tarifa de 50%.

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