O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) “intensificou as condutas ilícitas” após a operação da Polícia Federal contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A declaração consta de despacho assinado neste sábado (19), no qual Moraes determinou que links de uma nova entrevista e de postagens recentes nas redes sociais do parlamentar sejam incluídos no inquérito em andamento.

Em uma publicação feita no X (antigo Twitter), Eduardo ironizou a suspensão de visto do ministro pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump — uma retaliação à operação da PF contra Bolsonaro. O parlamentar comentou uma das frentes da investigação, que trata da suposta participação do ex-assessor presidencial Filipe Martins em um plano de golpe.

“Talvez o Moraes não sabe (sic) se o Filipe Martins foi ou não aos EUA, mas agora todo mundo sabe que o Moraes não vai!”, escreveu Eduardo.

Outro conteúdo anexado ao processo é uma entrevista concedida por Eduardo à CNN, na qual ele afirma que Trump “não recuará” quanto às sanções contra o Brasil — incluindo a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. O deputado chegou a sugerir que as eleições presidenciais de 2026 “podem não acontecer”.

O terceiro material citado no despacho é uma nota divulgada por Eduardo Bolsonaro após a operação, em que ele chama Alexandre de Moraes de “ditador”, acusa o ministro de fazer de Jair Bolsonaro um “refém” e afirma que as decisões judiciais são “ações intimidatórias que não têm mais efeito”.

Operação da PF

Na sexta-feira (18), Moraes autorizou, a pedido da Polícia Federal, uma operação de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

Durante o cumprimento dos mandados, a PF apreendeu na residência do ex-mandatário um celular, um pen drive e aproximadamente US$ 14 mil em espécie. O ministro também determinou a aplicação de medidas cautelares contra Bolsonaro, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.