- CUIABÁ
- SÁBADO, 21 , JUNHO 2025
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (20) pela condenação de Diego Dias Ventura a 14 anos de prisão por envolvimento nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, em Brasília. O voto foi proferido no julgamento virtual da denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), que acusa Ventura de atuar como um dos líderes do acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, na capital federal.
Segundo Moraes, Ventura foi responsável pela coordenação da logística do acampamento e também participou diretamente da invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, na Praça dos Três Poderes.
Além da pena de prisão, o ministro determinou que o réu pague R$ 30 milhões a título de indenização pelos danos causados — valor que deverá ser dividido com os demais condenados pelos ataques.
“O réu Diego Dias Ventura, após regular investigação, teve seu aparelho celular apreendido, sendo possível extrair conteúdos de mensagens e áudios compartilhados em diversos grupos de WhatsApp, nos quais atuava na coordenação da logística do acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília, promovia arrecadação de recursos financeiros e articulava ações entre os participantes”, escreveu Moraes em seu voto.
Ventura chegou a ser preso em 2023, mas posteriormente passou a responder ao processo em liberdade.
O julgamento acontece no plenário virtual da Primeira Turma do STF e seguirá aberto até a próxima segunda-feira (30). Ainda faltam votar os ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin.
A defesa de Diego Ventura pediu a absolvição do réu, alegando ausência de provas. Os advogados sustentam que ele participou apenas de uma “manifestação pacífica em Brasília” e que não teve qualquer envolvimento com os atos de violência ou vandalismo praticados por outros manifestantes.