- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


Durante evento em São Paulo nesta sexta-feira (10), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre a conversa que teve com o ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e defendeu o restabelecimento de uma relação harmoniosa entre os dois países — segundo ele, um laço que “nunca deveria ter sido interrompido”.
A declaração foi feita durante a cerimônia de lançamento do novo modelo de crédito imobiliário, promovida pelo governo federal na capital paulista.
“Comecei a conversa com o Trump dizendo: ‘Estou completando 80 anos de idade e você vai completar 80 em 14 de junho do ano que vem’. Ele é oito meses mais novo que eu, portanto, tenho idade para falar mais grosso com ele”, disse Lula em tom de brincadeira.
Segundo o presidente, a maturidade dos dois líderes impõe responsabilidade diante do cenário global.
“Nós dois, com 80 anos, governamos as duas maiores democracias do Ocidente. Não podemos transmitir discórdia ou desavença ao restante do mundo. Precisamos passar harmonia. Tem divergência? Tem. Vamos colocar na mesa e conversar. Não há tema proibido comigo”, afirmou.
Respeito e diplomacia como base das relações internacionais
Lula também ressaltou que, em sua atuação como chefe de Estado, nunca tratou presidentes de outros países de forma ideológica, mas com base no respeito institucional mútuo.
“Quem tem que tratar ideologicamente é o povo que os elegeu. Eu, como presidente, devo tratar com respeito quem foi eleito — e espero o mesmo em troca”, afirmou. “Gosto de conviver com desavenças, mas tratando democraticamente”, acrescentou.
Para o presidente, o Brasil não deve buscar conflitos desnecessários na arena internacional.
“Não quero brigar com a Bolívia, com o Uruguai, por que brigaria com os Estados Unidos? Se a gente ganhar, o que vamos fazer com essa briga? É melhor sentar à mesa, conversar um pouco, assinar alguns documentos, e tudo fica bem.”
“Ninguém respeita quem não se respeita”, afirma Lula
Em outro trecho de seu discurso, Lula enfatizou a importância da soberania e da postura digna nas relações exteriores. Segundo ele, o Brasil não deve depender do “humor de um presidente de outro país” nem submeter-se de forma subserviente a outras nações.
“No mundo, ninguém respeita quem não se respeita. Se você acha que lamber botas vai te ajudar, vai cair do cavalo. As pessoas respeitam quem tem autoridade moral e caráter”, declarou.