terça-feira, 16 - dezembro 2025 - 14:13

OAB vai acionar corregedoria após 'embate' em júri de investigador em Cuiabá


Fernando Rodrigues/OAB-MT
Fernando Rodrigues/OAB-MT

A presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Gisela Cardoso, anunciou que irá encaminhar representações à corregedoria do Tribunal de Justiça Militar (TJM) e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após confusão ocorrida durante um Júri Popular em Cuiabá. O caso envolve a juíza Mônica Perri, que presidia o julgamento do investigador da Polícia Civil Mário Wilson Vieira da Silva, acusado de matar o policial militar Thiago Ruiz em abril de 2023.

O episódio ganhou repercussão depois que, segundo advogados presentes, a magistrada teria afirmado: “OAB que se dane”. A declaração gerou protesto da Ordem dentro do Fórum e resultou na dissolução do Conselho de Sentença, com novos jurados sendo selecionados para retomar o julgamento. A sessão está prevista para quarta-feira (17), às 8h.

Para Gisela Cardoso, a ação é necessária para resguardar as prerrogativas da Ordem e garantir o respeito à instituição. “OAB Mato Grosso vai buscar todas as medidas necessárias para que se restabeleça, principalmente o respeito às prerrogativas à nossa instituição. Uma instituição que traz voz à sociedade civil organizada e merece ser respeitada, e isso nós exigiremos”, afirmou.

A presidente da OAB também explicou que a troca dos jurados visa evitar qualquer influência indevida na sentença. “Há aqueles jurados que presenciaram o momento em que houve violação de prerrogativas. Esse jurado não fará mais parte do conselho de sentença”, detalhou.

Conforme relatos, a sessão teve momentos de tumulto. Advogados do réu teriam se comportado de forma agressiva, gritando e adotando atitudes consideradas misóginas. Segundo o advogado Claudio Dalledone, a juíza determinou que a comissão de prerrogativas fosse retirada do plenário pela polícia para garantir o andamento adequado do julgamento.

O caso envolve o homicídio do policial militar Thiago Ruiz pelo investigador Mário Wilson Vieira da Silva. Imagens de câmeras de segurança mostram a discussão entre a vítima e o réu, culminando no disparo que matou o PM. Mário se apresentou à polícia em menos de 24 horas, alegando ter temido pela própria vida, embora não tenha conseguido explicar claramente a tomada da arma da vítima.

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