sábado, 15 - março 2025 - 17:42

Papa dá sinais de permanência e aprova processo de reforma; veja


Papa Francisco – Instagram
Papa Francisco – Instagram

O Papa Francisco aprovou um novo processo de três anos para avaliar possíveis reformas na Igreja Católica global, informou o Vaticano neste sábado (15), segundo a agência Reuters. A decisão indica que, apesar de sua batalha contra uma pneumonia dupla e da especulação sobre uma possível renúncia, o pontífice de 88 anos pretende continuar liderando a Igreja.

O novo processo estende o trabalho do Sínodo dos Bispos, um dos marcos do papado de Francisco. Entre as reformas discutidas estão a possibilidade de mulheres servirem como diaconisas e uma maior inclusão de pessoas LGBTQ na Igreja. A decisão ocorre após a cúpula inconclusiva realizada no Vaticano em outubro de 2023, que debateu o futuro da Igreja sem chegar a conclusões definitivas.

De acordo com o Vaticano, Francisco aprovou o novo processo na última terça-feira (12), enquanto estava internado no hospital Gemelli, em Roma. O papa está hospitalizado há mais de um mês, o que gerou especulações sobre uma possível renúncia, a exemplo de seu antecessor, Bento XVI. No entanto, biógrafos e amigos próximos insistem que Francisco não tem intenção de deixar o cargo.

O novo plano prevê consultas com católicos de todo o mundo nos próximos três anos, culminando em uma nova cúpula em 2028. O cardeal Mario Grech, responsável pelo processo de reforma, declarou ao canal de mídia do Vaticano que “o Santo Padre está impulsionando a renovação da Igreja em direção a um novo impulso missionário” e destacou a iniciativa como “um sinal de esperança”.

Desde que assumiu o papado em 2013, Francisco tem buscado modernizar a Igreja, o que gerou descontentamento em setores mais conservadores. Alguns cardeais acusam o pontífice de enfraquecer os ensinamentos tradicionais em temas como casamento entre pessoas do mesmo sexo, divórcio e novas uniões.

O acadêmico norte-americano Massimo Faggioli, especialista no papado, afirmou que essa decisão reforça a liderança de Francisco sobre os 1,4 bilhão de católicos do mundo. “O pontificado de Francisco não acabou, e essa decisão terá impacto no restante dele”, declarou o professor da Universidade Villanova.

Enquanto isso, autoridades do Vaticano indicam que o papa ainda estuda mudanças futuras e aguarda um conjunto de relatórios sobre possíveis reformas, previstos para junho. Os últimos boletins médicos afirmam que Francisco está melhorando e não corre risco imediato de morte, mas não há previsão para sua alta do hospital.

 

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