- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira (PL), tem intensificado articulações políticas para pavimentar a candidatura de sua esposa, a primeira-dama Alessandra Cróco, à Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Segundo fontes nos bastidores, Ferreira tem utilizado a estrutura da administração municipal e promovido rearranjos estratégicos para eliminar obstáculos internos à candidatura da esposa, inclusive minando aliados do próprio partido.
Uma das principais afetadas pelas movimentações é a vereadora Luciana Horta (PL), médica e pré-candidata à deputada estadual. Luciana foi escolhida pelo presidente regional do PL, Ananias Filho, para disputar uma vaga na Assembleia, o que teria incomodado o prefeito. A avaliação é de que Luciana atrai votos do eleitorado bolsonarista da Grande Rondonópolis — o mesmo perfil que Alessandra busca conquistar.
Manobras e sinalizações políticas
Nos bastidores, comenta-se que Cláudio Ferreira pretende nomear a vereadora Kalynka Meirelles (PL) para o comando da Secretaria Municipal de Saúde. A nomeação abriria espaço na Câmara para o suplente Reydner Souza, sobrinho de Ananias Filho. A estratégia seria uma forma de sinalizar ao dirigente partidário que não há boicote à sua influência, ao mesmo tempo em que vetaria Luciana Horta na chapa estadual como moeda de troca.
Além disso, o prefeito tem ignorado outros pré-candidatos do seu grupo político que esperavam apoio, como o empresário Nelis Farias (PRD) e os vereadores Paulo Schuh, Kalynka Meirelles e a própria Luciana. Em paralelo, passou a buscar apoio entre antigos aliados do ex-prefeito Zé do Pátio, como o ex-vereador Reginaldo Santos, os ex-secretários Biliu e Wendel Dias, e Matheus Vilela — ex-diretor da Coder na gestão anterior e atualmente no Sanear.
Disputa interna e rearranjo de forças
As movimentações de Cláudio Ferreira revelam uma disputa interna no PL e um esforço concentrado para consolidar a candidatura de Alessandra Cróco, mesmo que isso implique em tensionar relações com lideranças locais e promover rearranjos administrativos. A estratégia, segundo interlocutores, visa garantir protagonismo à primeira-dama na corrida eleitoral de 2026, mesmo diante da resistência de parte da base aliada.