- CUIABÁ
- TERÇA-FEIRA, 2 , SETEMBRO 2025
O turismo de pesca esportiva em Mato Grosso vive um momento de expansão. Nos últimos dois anos, o setor registrou crescimento estimado entre 30% e 40%, segundo empresários do segmento. Esse ambiente favorável tem atraído investimentos milionários, consolidando o Estado como um dos destinos mais promissores do país para a prática.
Um exemplo emblemático desse crescimento é o empresário Alisson Fagner Santos Trindade, presidente da Associação Mato-Grossense de Ecoturismo e Pesca Esportiva e proprietário de duas pousadas de pesca na região da Chapada dos Guimarães. Apostando no potencial do mercado, ele inaugurou recentemente a Marina Sérgio Motta, em Cuiabá, com investimento de cerca de R$ 4 milhões. O espaço funciona como um verdadeiro shopping náutico, reunindo loja de pesca, revenda de barcos e motores, estacionamento náutico, restaurante, choperia, escola náutica e uma estrutura completa de apoio aos pescadores.
Para Alisson, o crescimento do setor está diretamente ligado à Lei do Transporte Zero, que restringe a pesca de determinadas espécies em Mato Grosso.
“Esse investimento só foi possível graças à evolução do turismo de pesca no Estado. A Lei do Transporte Zero criou um ambiente jurídico estável e a resposta foi imediata: mais peixes nos rios, mais turistas e mais negócios. Hoje, recebemos um público qualificado, vindo de fora, que movimenta pousadas, hotéis, transporte aéreo e toda a cadeia produtiva. É um ciclo positivo para a economia”, destaca o empresário.
O reflexo desse crescimento também foi sentido na Fishing Show Brazil, realizada entre os dias 28 e 31 de agosto, em São Paulo. O estande de Mato Grosso foi um dos mais movimentados do evento, promovendo sorteios de brindes e pacotes de viagens de pescaria, atraindo centenas de visitantes interessados nos destinos do Estado. A ação permitiu que cerca de 15 empresários do setor apresentassem seus destinos para o público final.
Para Guilherme Motta, CEO da Fish TV e organizador da Fishing Show Brazil, Mato Grosso tem um valor simbólico e afetivo que vai além dos números. Ele recorda uma experiência vivida no Rio Teles Pires, em Alta Floresta, onde pescou ao lado do pai e eternizou o momento com uma tatuagem das coordenadas do local.
“Eu tinha uns dez anos quando pesquei minha primeira pirarara no Teles Pires. Foi uma conexão de corpo e alma com a natureza que mudou a minha vida. Anos depois, voltei com meu pai e tivemos um momento inesquecível, que tatuei na pele. Preservar os peixes e os rios é fundamental para que outras gerações possam ter experiências como essa”, afirma.
Para a secretária adjunta de Turismo da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico, Maria Letícia Costa, a combinação de preservação ambiental, investimentos privados e políticas públicas tem fortalecido Mato Grosso como referência em pesca esportiva e turismo sustentável.
“O cenário aponta para a consolidação do Estado não apenas como polo econômico do agronegócio, mas também como destino internacional de natureza e aventura”, conclui.