- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 10 , JULHO 2025
O ex-assessor especial de Jair Bolsonaro (PL), Tércio Arnaud Tomaz, prestou depoimento à Polícia Federal nesta quinta-feira (3) e negou a existência de uma estrutura organizada para disseminação de fake news e ataques a adversários políticos durante o governo do ex-presidente. Ele foi questionado sobre o suposto “gabinete do ódio”, estrutura que teria atuado dentro do Palácio do Planalto, e sobre o envolvimento de cerca de 11 pessoas, incluindo parlamentares, influenciadores e empresários ligados ao bolsonarismo.
Entre os nomes mencionados no depoimento estavam as deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), o empresário Luciano Hang e o ideólogo Olavo de Carvalho, que morreu em 2022. Tércio afirmou não reconhecer parte dos nomes citados pela PF e voltou a negar a existência do grupo informal de comunicação.
A oitiva ocorreu na sede da Polícia Federal, em Brasília, e durou cerca de uma hora. Tércio é investigado no inquérito das fake news, conduzido pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que apura a atuação de redes de desinformação e ataques a instituições democráticas. O inquérito já se estende há mais de seis anos.
Atualmente, Tércio ocupa um cargo no diretório nacional do Partido Liberal (PL). Ele atuou ao lado de Bolsonaro durante quase todo o mandato presidencial, sendo apontado como um dos principais operadores da comunicação digital do ex-presidente.
Na saída do depoimento, o advogado de Tércio, Eduardo Kuntz, afirmou que seu cliente se colocou à disposição das autoridades. “Ele foi chamado hoje na condição de investigado, não como testemunha, para esclarecer principalmente os pontos relacionados ao suposto gabinete do ódio. Assim como fez na CPI das Fake News, reafirmou sua disposição em colaborar. Esse depoimento faz parte de novas diligências abertas no próprio inquérito”, explicou o defensor.
A Polícia Federal segue colhendo depoimentos de investigados na apuração, que ganhou impulso com novos elementos obtidos em operações recentes.