O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta (Republicanos), isentou o atual secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Allan Kardec (PSB), ao comentar sobre a Operação Suserano, que apura um suposto esquema de desvio de recursos públicos por meio de emendas parlamentares destinadas à compra de kits agrícolas. Além dele, 13 deputados também são citados na investigação.

Em entrevista à imprensa na manhã desta segunda-feira (16), Pivetta minimizou a citação ao nome do secretário no inquérito e afirmou que não há motivos para afastá-lo do cargo. “Não tem nada que incrimine o Allan, ele não está numa posição que possa atrapalhar nas investigações”, afirmou o vice-governador ao comentar o inquérito.

O gestor ainda acrescentou: “As investigações são para a Seaf e com as empresas relacionadas com ela. Portanto, o Allan está longe disso, então não há por que mexer com ele”.

A Operação Suserano, deflagrada em setembro de 2024 pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), investiga um esquema que teria causado prejuízo de R$ 28 milhões aos cofres públicos, por meio de contratos superfaturados com recursos de emendas parlamentares. Um total de 14 deputados estaduais, além de um prefeito e do próprio Allan Kardec, que era membro do parlamento estadual.

De acordo com reportagem divulgada pela UOL, as suspeitas envolvem a destinação de emendas parlamentares para entidades ligadas a um empresário apontado como sócio oculto, com indícios de superfaturamento e uso político das entregas dos kits durante o período eleitoral. A Polícia Civil encaminhou o caso à Polícia Federal, diante da possível prática de crime eleitoral.

Ao comentar o envolvimento dos parlamentares, Pivetta reforçou que cabe aos órgãos de controle conduzirem as apurações. “O governo do Estado governa o Estado. Tem investigação? É com o Ministério Público, com a polícia. Eu também recebi essa notícia há pouco, não vi. Para mim, a obrigação do sistema policial é fazer a investigação”, disse.

O vice-governador ainda ressaltou que foi a própria Controladoria Geral do Estado (CGE) que notificou inicialmente o caso, indicando que o governo atua de forma transparente. “O governo sempre colaborou com as investigações. Nós que demos início a isso através da Controladoria Geral do Estado (CGE). Foi notícia da nossa para a Controladoria. Então, nós nunca impedimos, nunca dificultamos”, disse.