quinta-feira, 3 - julho 2025 - 18:19

Por que Vladimir Putin não vem à Cúpula do Brics? Entenda


Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, não participará presencialmente da Cúpula do Brics, marcada para os dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. A informação foi confirmada por Yuri Ushakov, assessor de política externa do Kremlin. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, representará o país no encontro. Putin, no entanto, participará do evento por videoconferência.

Segundo Ushakov, a ausência do líder russo está diretamente relacionada ao mandado de prisão emitido pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) em março de 2023, por supostos crimes de guerra durante o conflito na Ucrânia. “Isso se deve a certas dificuldades, no contexto da exigência do TPI. O governo brasileiro não conseguiu assumir uma posição clara que permitisse a participação do nosso presidente nesta reunião”, afirmou o assessor.

O Brasil é signatário do Estatuto de Roma, tratado que criou o TPI, e, portanto, teria a obrigação legal de prender Putin caso ele desembarcasse em território brasileiro.

A Rússia nega as acusações feitas pelo TPI e não reconhece sua jurisdição, já que não é signatária do tratado. Ainda assim, Putin tem evitado viagens a países signatários da corte. Em 2024, ele visitou a Mongólia — também parte do TPI — sem ser detido, sendo recebido com honras.

Esta é a segunda vez que Putin evita visitar o Brasil em razão do mandado. Em novembro de 2024, ele também deixou de comparecer à Cúpula do G20, realizada no Rio, e enviou Lavrov em seu lugar. Na ocasião, Putin afirmou ao jornalista Daniel Rittner, que sua presença poderia “arruinar” o evento ao desviar o foco das discussões.

Atualmente, o Brics é composto por 11 países: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia e Irã. O bloco busca fortalecer a cooperação econômica, política e social entre os integrantes, além de aumentar a representatividade do Sul Global nas decisões internacionais.

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