quinta-feira, 18 - setembro 2025 - 17:13

Empresário Robinson Pazetto acusa prefeito de bloquear programa estadual e prejudicar atendimento gratuito em Nova Xavantina


Empresário Robinson Pazetto x Prefeito João Bangue (UB).
Empresário Robinson Pazetto x Prefeito João Bangue (UB).

A saúde pública em Mato Grosso atravessa um momento histórico com o programa Fila Zero, criado para eliminar as filas de cirurgias eletivas e devolver dignidade aos cidadãos que dependem do SUS. O Governo do Estado já destinou mais de R$ 200 milhões para essa iniciativa, garantindo que procedimentos de baixa, média e alta complexidade sejam realizados sem custos para os usuários.

Em Nova Xavantina, o contrato assinado em novembro de 2024 com o Hospital e Maternidade Amo a Vida, no valor de R$ 10 milhões, poderia estar salvando vidas, reduzindo sofrimento e trazendo esperança para milhares de famílias. No entanto, nada disso acontece, e o responsável por essa paralisação é o prefeito João Bangue (UB).

A denúncia foi feita pelo empresário Robinson Pazetto, que se manifestou indignado com a postura do gestor municipal. Segundo ele, por puro capricho político, o prefeito se recusa a autorizar a gestão compartilhada do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES), uma exigência mínima do Estado para garantir transparência no uso dos recursos.

“Enquanto o governo de Mato Grosso se compromete a bancar todas as cirurgias, exames e consultas, João Bangue prefere cruzar os braços e impedir que o hospital atenda a população”, afirmou Pazetto. Para ele, essa atitude não é apenas um entrave burocrático, mas um ato cruel contra a sociedade nova-xavantinense.

O empresário destaca que pessoas que poderiam estar operadas, reabilitadas e livres da dor e da espera interminável continuam presas a filas que o Estado já se dispôs a zerar. “A recusa do prefeito significa o adiamento de cirurgias ortopédicas, oftalmológicas, urológicas, ginecológicas, bariátricas e muitas outras. É o colapso da saúde local e a negação de um direito básico”, ressaltou.

Mais grave ainda, segundo Pazetto, é que, ao impedir o funcionamento do Amo a Vida no programa Fila Zero, o prefeito também sufoca o potencial econômico de Nova Xavantina. O hospital poderia atrair pacientes de toda a região, gerar movimentação no comércio local, criar empregos e abrir espaço para a implantação de UTIs adulto, neonatal e pediátrica, além de salas de alta complexidade, como hemodinâmica.

“A cidade perde, o povo sofre. E tudo por birra política”, resumiu o empresário.

Indignado, Pazetto reforça que é inaceitável que um gestor que se autointitula “prefeito da saúde” seja exatamente quem trava R$ 10 milhões em investimentos prontos para atender a população. “Saúde não é moeda de troca, não é palanque eleitoral, não é território para disputas pessoais. Saúde é vida. Quem nega atendimento gratuito, já pago pelo Estado, está negando vida”, concluiu.

Indignação popular

Diante desse cenário de descaso, torna-se urgente que vereadores de Nova Xavantina, Ministério Público, entidades representativas da sociedade civil, deputados estaduais e federais, imprensa e lideranças políticas unam forças para exigir a implementação do programa Fila Zero no Hospital Amo a Vida.

Não se trata de favor, mas de um direito fundamental: garantir que as pessoas com menor poder aquisitivo tenham acesso a atendimento médico digno e de qualidade. Cada dia de omissão pode custar uma vida. E cada vida importa.

“A reportagem procurou a Prefeitura de Nova Xavantina, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria.”

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