O município de Peixoto de Azevedo (MT), localizado no Norte de Mato Grosso e com cerca de 35 mil habitantes, se prepara para sediar a 17ª edição da Expovale — tradicional festa do peão que será realizada entre os dias 27 e 31 de agosto. A Prefeitura, sob a gestão do prefeito Nilmar Nunes de Miranda, o “Paulistinha” (União Brasil), destinou R$ 1,5 milhão apenas para o pagamento de cachês artísticos. O valor tem gerado questionamentos sobre o uso dos recursos públicos diante das demandas locais.

O evento terá abertura com show de Zezé Di Camargo, contratado por R$ 500 mil. Também subirão ao palco Humberto & Ronaldo (R$ 233 mil), Cleber & Cauan (R$ 270 mil), Naiara Azevedo (R$ 400 mil) e Wesley & Conrado (R$ 120 mil). Parte do montante conta com apoio financeiro do Governo do Estado.

Embora a Expovale seja considerada um evento importante para o calendário cultural e para o comércio local, o alto investimento em artistas de renome tem gerado críticas, especialmente considerando a realidade socioeconômica do município. Moradores apontam a falta de recursos em áreas essenciais como saúde, educação e infraestrutura, e questionam as prioridades da gestão municipal.

Eleito por margem apertada em 2024, Paulistinha vem adotando um estilo de gestão populista, marcado por ações de forte apelo popular e eventos de grande visibilidade. No entanto, a decisão de investir cifras milionárias em shows de curta duração alimenta o debate sobre o equilíbrio entre entretenimento e responsabilidade fiscal.

Enquanto parte da população enfrenta dificuldades básicas, os cachês pagos aos artistas reacendem a discussão sobre os limites do gasto público com festas. A pergunta que fica é: até que ponto o espetáculo deve custar tão caro à coletividade?