- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 20 , JUNHO 2025
A proposta que busca extinguir o recesso parlamentar de julho na Câmara Municipal de Cuiabá divide opiniões dentro do Legislativo. Enquanto o autor da ideia, vereador Mário Nadaf (PV), afirma que a “folga” de meio de ano é um privilégio injustificável, a presidente da Casa, Paula Calil (PL), vê o período como necessário para a organização das atividades parlamentares.
“O recesso nos ajuda a planejar, a estudar os projetos e a manter a Câmara funcionando. Além das sessões, temos um trabalho extenso de fiscalização e atendimento à população. Eu, como presidente, ainda acumulo funções administrativas da Casa”, argumentou Paula, destacando que os 27 vereadores são atuantes e mantêm contato direto com os munícipes.
Já Nadaf reafirma que os vereadores têm um total de 84 dias de recesso ao ano, número que considera desproporcional à realidade da população. Ele diz que a extinção do recesso de julho garantiria ao menos quatro sessões ordinárias a mais por ano e contribuiria para resgatar a imagem da Casa.
“Não me sinto bem com essa prerrogativa. É uma oportunidade de mostrar que estamos dispostos a cortar na própria carne”, comentou.
A proposta, que já foi aprovada em legislatura anterior, mas acabou revogada, precisa de nove assinaturas para começar a tramitar. Até agora, sete vereadores apoiam a ideia, mas Nadaf optou por não revelar os nomes. Para ser aprovada, a emenda exigirá o apoio de pelo menos 18 dos 27 parlamentares em duas votações.
Paula não quis antecipar um posicionamento sobre a viabilidade da proposta, mas reconheceu a importância do debate. “Precisamos encontrar o melhor caminho em consenso”, concluiu.