Procurador Geral do Município de Poconé (101 km de Cuiabá), Wagner Vasconcelos de Moraes, e a esposa, a advogada Melissa França Praeiro Vasconcelos, presos durante a Operação Sepulcro Caiado, deflagrada nesta quarta-feira (30). O jurista foi nomeado procurador Geral do Município de Poconé pelo prefeito Dr Jonas  (Pode) no dia 02 de janeiro passado com salário de bruto de R$ 15,3 mil.

Eles e a esposa são investigados por envolvimento em um esquema sofisticado de fraudes processuais que teria causado prejuízo de mais de R$ 21 milhões aos cofres públicos, especialmente do Poder Judiciário de Mato Grosso.

As apurações indicam que o grupo falsificava documentos, como procurações e comprovantes de depósitos judiciais, para obter indevidamente alvarás com valores vultosos, tudo sob aparência de legalidade.

Entre os principais beneficiários do esquema está o empresário João Gustavo Ricci Volpato, responsável por ajuizar diversas ações de execução baseadas em dívidas simuladas ou infladas.

Um dos trechos do despacho judicial afirma que os investigados “compõem, em tese, grupo que há anos realiza práticas delituosas, dentre as quais destacam-se o ajuizamento de ações de execução baseadas em documentos falsificados e apresentação de comprovantes de pagamento forjados com o objetivo de induzir o juízo em erro”.

O esquema só foi possível, segundo o Ministério Público e a Polícia Civil, devido à colaboração direta de servidores do Tribunal de Justiça.

A juíza responsável pela decisão de prisão apontou que há “fortes indícios de atuação criminosa conjunta” entre Wagner, Melissa e os demais envolvidos, destacando a “sofisticação técnica” do grupo e a “audácia ímpar” na manipulação do sistema judicial.