- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 12 , SETEMBRO 2025
A prévia da inflação oficial de agosto, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), registrou deflação de 0,14%, segundo dados divulgados nesta terça-feira (26) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado foi influenciado por quedas nos preços da energia elétrica, alimentos e combustíveis, tornando o custo de vida mais barato para as famílias brasileiras.
Em julho, o IPCA-15 havia marcado alta de 0,33%. O resultado deste mês representa a menor variação desde setembro de 2022 (-0,37%) e é a primeira deflação desde julho de 2023 (-0,07%). No mesmo período de 2024, a variação foi de 0,19%.
Com o resultado de agosto, o IPCA-15 acumula alta de 4,95% em 12 meses. Em julho, esse índice era de 5,30%. A meta de inflação do governo para 2025 é de 3% ao ano, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, o limite máximo é de 4,5%.
Energia elétrica lidera queda
Entre os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, quatro apresentaram recuo nos preços. O destaque foi o grupo habitação, que registrou queda de 1,13%, impactando o índice geral em -0,17 ponto percentual (p.p.). A principal contribuição negativa foi da energia elétrica residencial, com queda de 4,93% — o maior impacto individual do mês (-0,20 p.p.).
Esse recuo se deve ao chamado Bônus de Itaipu, que concedeu desconto na conta de luz para cerca de 80,8 milhões de consumidores, compensando os custos da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Alimentação tem terceira queda seguida
O grupo alimentos e bebidas teve retração de 0,53%, com impacto de -0,12 p.p. no IPCA-15 — o terceiro mês consecutivo de queda após nove meses de alta.
A alimentação no domicílio recuou 1,02%. Itens como manga (-20,99%), batata-inglesa (-18,77%), cebola (-13,83%), tomate (-7,71%), arroz (-3,12%) e carnes (-0,94%) puxaram a deflação do setor.
Gasolina também pesa menos no bolso
No grupo transportes, a queda foi de 0,47% (impacto de -0,10 p.p.), influenciada principalmente pela redução de 1,14% no preço da gasolina — o item de maior peso individual na cesta de consumo das famílias, com impacto de -0,06 p.p.
Outros combustíveis também apresentaram queda: etanol (-1,98%), gás veicular (-0,25%) e óleo diesel (-0,20%). As passagens aéreas recuaram 2,59% e os preços de automóveis novos caíram 1,32%.
Comunicação também recua; demais grupos sobem
O grupo comunicação caiu 0,17% e contribuiu com -0,01 p.p. no IPCA-15. Os demais grupos apresentaram variações positivas ou neutras:
Despesas pessoais: +1,09% (impacto de +0,11 p.p.)
Educação: +0,78% (+0,05 p.p.)
Saúde e cuidados pessoais: +0,64% (+0,09 p.p.)
Vestuário: +0,17% (+0,01 p.p.)
Artigos de residência: +0,03% (impacto nulo)
O que é o IPCA-15
O IPCA-15 segue a mesma metodologia do IPCA — a inflação oficial do país — sendo calculado com base em uma cesta de produtos e serviços para famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos. A principal diferença está no período de coleta e na data da divulgação.
A prévia considera os preços coletados entre 16 de julho e 14 de agosto, em 11 regiões do país: as regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belém, Fortaleza e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.
Já o IPCA completo de agosto, que abrange 16 regiões (incluindo Vitória, Campo Grande, São Luís, Rio Branco e Aracaju), será divulgado no dia 10 de setembro.