- CUIABÁ
- SEXTA-FEIRA, 12 , SETEMBRO 2025
Confirmou-se o desfecho traçado pelo Palácio Paiaguás quanto ao destino do ex-presidente Jair Bolsonaro. Condenado pelo Supremo Tribunal Federal por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro foi sentenciado à prisão em regime fechado. Fora do jogo político — inelegível, impedido de participar de campanhas e sem possibilidade de atuar como cabo eleitoral —, ele deixa um vácuo no tabuleiro eleitoral de 2026.
Para o grupo governista de Mato Grosso, o novo cenário é considerado altamente favorável. O governador Mauro Mendes (União Brasil), que deve renunciar ao cargo para disputar uma vaga no Senado, prepara o terreno para a ascensão do vice, Otaviano Pivetta (Republicanos), que assumirá o comando do Estado com a intenção de buscar a reeleição.
Sem Bolsonaro na cena política, Mendes e Pivetta — nomes ligados ao centro-direita — deixam de ser pressionados a se alinhar ao PL ou a depender da influência do ex-presidente. No cálculo político do Paiaguás, esse reposicionamento reduz o peso da extrema-direita nas eleições estaduais e dá mais autonomia à dupla governista.
Enquanto isso, o PL se vê enfraquecido. Sem Bolsonaro como principal liderança, figuras como Wellington Fagundes — que hoje lidera as intenções de voto ao governo — e José Medeiros — provável candidato ao Senado — perdem força. O Paiaguás aposta, inclusive, em uma possível inversão do cenário: com o PL, agora órfão de sua principal figura, buscando aliança com Mendes e Pivetta para se manter competitivo.
Com o novo desenho político, o governo estadual projeta um ambiente menos polarizado e mais favorável à manutenção de sua base no poder.