- CUIABÁ
- SÁBADO, 14 , JUNHO 2025
Enquanto o júri entra na terceira semana de depoimentos no processo criminal federal contra Sean “Diddy” Combs, de 55 anos, os promotores ainda buscam consolidar a acusação de que o artista liderava uma organização criminosa responsável por incêndio criminoso, sequestro, extorsão e outros atos ilegais.
Segundo o analista jurídico da CNN e advogado criminalista Joey Jackson, apesar dos esforços da promotoria, o caso ainda carece de provas robustas para sustentar a acusação de associação criminosa. “Eles estão tentando estabelecer os fundamentos da acusação de extorsão por meio de testemunhas que alegam o envolvimento de Combs em crimes como incêndio criminoso e extorsão”, explicou Jackson à jornalista Sara Sidner, da CNN.
Entre os principais depoimentos, destaca-se o do rapper Kid Cudi, ex-namorado de Cassie Ventura — ex-parceira de Diddy e principal testemunha do processo. Cudi afirmou que seu Porsche foi incendiado com um coquetel Molotov, e que o ataque teria sido ordenado por Combs durante o período em que ele mantinha um relacionamento com Ventura.
Na semana passada, a mãe de Cassie também prestou depoimento, afirmando que precisou recorrer a um empréstimo com garantia do imóvel da família para levantar US$ 20 mil (aproximadamente R$ 115 mil). Segundo ela, o valor foi solicitado por Combs como forma de “ressarcimento” pelos gastos com a filha, após saber do envolvimento dela com Kid Cudi.
Para sustentar a acusação de extorsão e enquadrar o caso na Lei de Organizações Corruptas e Influenciadas por Extorsão (RICO Act), a promotoria precisa demonstrar que houve uso contínuo da organização para fins ilícitos ao longo de um período significativo, e não apenas ações isoladas. A acusação também depende da comprovação de práticas como coerção, exploração e tráfico sexual.
“O Ministério Público precisa apresentar mais evidências de coerção e de atividades forçadas para reforçar a tese de crime organizado”, afirmou Jackson.