quarta-feira, 18 - junho 2025 - 18:34

Quem é Marcelo Câmara, ex-assessor do Bolsonaro preso


Marcelo Costa Câmara – Jair Bolsonaro (PL)
Marcelo Costa Câmara – Jair Bolsonaro (PL)

Nesta quarta-feira (18), o coronel Marcelo Costa Câmara, ex-assessor do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso preventivamente por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A prisão foi motivada por tentativa de obstrução das investigações sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A ordem já foi cumprida, e Câmara se encontra sob custódia da Polícia Federal (PF).

Perfil de Marcelo Câmara

Especialista em Operações Especiais e analista de inteligência, o coronel Marcelo Câmara tem formação nas Forças Especiais do Exército e uma carreira militar extensa, com experiências em diferentes regiões do Brasil.

Sua formação inclui:

  • Ensino Superior: Bacharelado em Ciências Militares e Administração pela Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), em Resende (RJ), concluído em 1992;

  • Pós-graduação Stricto Sensu: Mestrado em Operações Militares pela Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais (ESAO), no Rio de Janeiro, concluído em 2000;

  • Pós-graduação Lato Sensu: Gestão em Administração Pública pela Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro, concluído em 2012.

Além disso, o militar possui cerca de dez especializações na área militar e administrativa. Atuou por seis anos na Amazônia, onde comandou uma organização militar e participou de treinamentos e eventos de relevância nacional.

Câmara também esteve envolvido em ações relacionadas à administração pública. Em 2015, foi nomeado oficial de gabinete do Comandante do Exército, e em 2018, tornou-se assessor parlamentar do mesmo gabinete. Posteriormente, assumiu o cargo de assessor do então presidente Jair Bolsonaro.

Inquérito e suspeitas

O ministro Alexandre de Moraes também determinou a abertura de um inquérito contra Marcelo Câmara e seu advogado, Eduardo Kuntz. A decisão tem como base indícios de que ambos tentaram acessar dados sigilosos referentes ao acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid — o mesmo motivo que levou à prisão preventiva do general Walter Braga Netto.

Moraes estipulou que Câmara, Kuntz e Mauro Cid sejam ouvidos pela Polícia Federal no prazo de até 15 dias. Segundo o ministro, Kuntz manteve conversas com Cid por meio de mensagens no Instagram e encontros pessoais na Sociedade Hípica de Brasília, mesmo durante o período em que Câmara já se encontrava preso.

O próprio advogado informou ao STF que se comunicou com Cid por meio de um perfil nas redes sociais que pertenceria à esposa do militar, que estava proibido judicialmente de utilizar tais plataformas. As conversas foram reveladas em reportagem publicada pela revista Veja.

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