segunda-feira, 21 - abril 2025 - 13:15

STF julga nesta semana o 'núcleo 2' da tentativa de golpe; relembre denúncia da PGR


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Ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados são acusados de tentar abolir o Estado Democrático de Direito; 34 pessoas foram denunciadas

O Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta semana a abertura de ação penal contra integrantes do chamado “núcleo 2” da tentativa de golpe de Estado, denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em fevereiro deste ano. O grupo teria atuado no gerenciamento das ações para manter Jair Bolsonaro (PL) no poder, apesar do resultado das eleições de 2022.

A denúncia é baseada em investigações da Polícia Federal, reunidas em um relatório entregue à PGR no fim de 2023. Ao todo, 34 pessoas foram acusadas, divididas em cinco núcleos. O STF já abriu uma ação penal no último dia 11 contra Bolsonaro e outros sete aliados, integrantes do chamado “núcleo crucial” da organização.


Quem são os acusados do “núcleo 2”

Entre os nomes listados no segundo grupo estão:

  • Fernando de Sousa Oliveira – delegado da PF e ex-secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF;

  • Marcelo Costa Câmara – coronel da reserva e ex-assessor de Bolsonaro;

  • Filipe Martins – ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência;

  • Marília Ferreira de Alencar – ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça;

  • Mário Fernandes – general da reserva e ex-subchefe da Secretaria-Geral da Presidência;

  • Silvinei Vasques – ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal.


Os crimes apontados pela PGR

A Procuradoria-Geral da República indicou cinco crimes cometidos pelo grupo:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito (pena de 4 a 8 anos);

  • Golpe de Estado (pena de 4 a 12 anos);

  • Organização criminosa (pena de 3 a 8 anos);

  • Dano qualificado ao patrimônio da União (pena de 6 meses a 3 anos);

  • Deterioração de patrimônio tombado (pena de 1 a 3 anos).


O papel de Bolsonaro e do “núcleo crucial”

Na denúncia, o procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou uma organização criminosa com “atos lesivos” contra a ordem democrática, baseando-se em um “projeto autoritário de poder”.

O “núcleo crucial”, segundo a PGR, foi composto por figuras como:

  • Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-comandante do Exército;

  • Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil;

  • Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

De acordo com a PGR, esses nomes tomaram as principais decisões para tentar impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva, eleito em 2022.


Outras medidas pedidas pela PGR

A denúncia da PGR também solicita ao STF:

  • Reparação de danos: sem valor definido por enquanto, mas com base em relatórios dos Três Poderes sobre os danos de 8 de janeiro;

  • Manutenção das medidas cautelares: como a apreensão do passaporte de Bolsonaro e restrições a outros acusados;

  • Preservação do acordo de delação de Mauro Cid: a PGR pediu que o acordo continue válido até o fim da fase de instrução do processo;

  • Oitiva de testemunhas: entre os nomes citados estão o governador do DF, Ibaneis Rocha, e os então comandantes do Exército e da Aeronáutica.

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