- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 27 , NOVEMBRO 2025


O ministro Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), decidiu manter a condenação e a prisão do advogado Nauder Júnior Alves Andrade, condenado por tentar matar a ex-namorada em Cuiabá. A decisão foi publicada nesta quarta-feira (15).
Em julho, Nauder foi sentenciado pelo Tribunal do Júri da Capital a 10 anos de prisão em regime fechado por tentativa de feminicídio.
Após ter um pedido liminar negado pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), a defesa recorreu com um habeas corpus, alegando vícios no julgamento do júri e solicitando a suspensão da condenação e a soltura do réu.
No entanto, o ministro Saldanha destacou que não há flagrante ilegalidade no processo e negou o pedido liminar. Ele explicou que o TJ-MT ainda analisará o mérito do habeas corpus, e que o STJ não pode antecipar a decisão sem desrespeitar as instâncias inferiores.
“Sem isso, fica esta Corte impedida de analisar o alegado constrangimento ilegal, sob pena de incorrer em indevida supressão de instância”, afirmou o ministro.
O caso
De acordo com a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), o casal manteve um relacionamento por 12 anos, marcado por episódios conturbados devido ao comportamento agressivo do advogado, que seria usuário de entorpecentes.
Conforme a acusação, na madrugada do dia 18 de agosto, o casal estava na residência da vítima quando, por volta das 3h, Nauder se levantou para ir ao banheiro, onde teria feito uso de drogas.
Ao retornar ao quarto, ele tentou manter relações sexuais com a vítima. Diante da recusa, passou a agredi-la com socos e chutes, além de impedir que ela saísse da casa por horas.
Ainda segundo o MPE, o advogado pegou uma barra de ferro usada para reforçar a porta da residência e começou a golpeá-la e enforcá-la.
A vítima chegou a desmaiar, mas ao recobrar a consciência, aproveitou uma distração do agressor para pegar as chaves e fugir.
Ela buscou socorro e foi levada a um hospital. Segundo o médico que a atendeu, “ela não morreu por ser forte, ou algo sobrenatural explica sua sobrevivência”.