- CUIABÁ
- QUINTA-FEIRA, 24 , ABRIL 2025
O Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou o pedido de liberdade apresentado pela defesa do empresário Wilian Aparecido da Costa Pereira, preso preventivamente durante a Operação Ragnatela 2. Wilian é acusado de lavagem de dinheiro, organização criminosa e corrupção ativa em benefício da facção Comando Vermelho (CV) em Mato Grosso. A decisão foi proferida pelo ministro Carlos Cini Marchionatti e publicada nesta sexta-feira (28.03).
A defesa de Wilian argumentou que a prisão preventiva não estava devidamente fundamentada e que não havia justa causa para o prosseguimento da ação penal. Além disso, pediu que ele fosse beneficiado com a liberdade provisória concedida a outros acusados no mesmo processo. Contudo, o ministro entendeu que havia elementos suficientes para justificar a manutenção da prisão, destacando a gravidade dos crimes e os fortes indícios de reiteração criminosa.
O empresário é investigado por comandar um esquema de lavagem de dinheiro que movimentou milhões de reais. Segundo a decisão judicial, Wilian teria recebido e movimentado grandes quantias de dinheiro provenientes de atividades ilícitas, utilizando empresas como a casa noturna Dallas Bar e o Expresso Lava Car para ocultar a origem dos recursos. As investigações revelaram um crescimento financeiro significativo e suspeito em suas empresas, que passaram de pouco mais de R$ 50 mil em 2018 para mais de R$ 1,5 milhão em 2021. Além disso, as empresas ligadas ao acusado movimentaram mais de R$ 22 milhões em dois anos, em sua maioria provenientes de depósitos fracionados e transferências para disfarçar a origem do dinheiro ilícito.
O ministro Carlos Cini Marchionatti destacou que a prisão preventiva de Wilian é necessária para garantir a ordem pública e evitar a continuidade dos crimes relacionados à facção criminosa Comando Vermelho. Ele também afirmou que as circunstâncias que possibilitaram a liberdade provisória de outros acusados não se aplicam ao empresário, devido ao seu papel contínuo e relevante no esquema criminoso. O processo segue agora com o envio de informações adicionais pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) ao STJ e, posteriormente, com manifestação do Ministério Público Federal.