Os países que compõem a União Europeia (UE) aprovaram nesta quinta-feira (24/7) um pacote bilionário de tarifas comerciais sobre produtos exportados pelos Estados Unidos, caso não seja firmado um acordo entre o bloco e o governo do presidente Donald Trump. O pacote, no valor de 93 bilhões de euros (cerca de R$ 606,5 bilhões), foi ratificado pela Comissão Europeia, órgão executivo do bloco formado por 27 nações.

A medida é uma resposta às tarifas adicionais de 30% impostas por Trump sobre todas as exportações europeias aos EUA. Em tese, essas tarifas entram em vigor em 1º de agosto, mas as autoridades europeias intensificam as negociações para evitar sua implementação total.

A Comissão Europeia decidiu unificar dois pacotes anteriores — um de 21 bilhões e outro de 72 bilhões de euros — em um único conjunto de sanções comerciais. As “contratarifas” contra produtos norte-americanos só serão aplicadas caso as tratativas fracassem. Segundo autoridades do bloco, nenhuma medida será implementada antes de 7 de agosto.

Acordo pode estar próximo

Nas últimas semanas, aumentou o otimismo de autoridades e investidores quanto à possibilidade de um acordo comercial entre os dois lados. Segundo o jornal britânico Financial Times, a tarifa de 30% imposta por Trump pode ser reduzida para 15%, seguindo um modelo semelhante ao adotado com o Japão.

Essa taxa intermediária de 15% seria aplicada a setores como o automotivo e o farmacêutico, sem se somar às tarifas permanentes dos EUA, que giram em torno de 5%. Há, ainda, rumores de que concessões possam ser feitas em áreas estratégicas para a Europa, como os setores aeronáutico, farmacêutico e agrícola.

Mercados reagem positivamente

Na quarta-feira (23/7), os principais índices das bolsas europeias fecharam em alta, impulsionados pelo clima mais favorável às negociações com os Estados Unidos. A Bolsa de Londres, por exemplo, atingiu um novo recorde intradiário.

O setor automotivo europeu teve destaque, com valorização superior a 4% — o melhor desempenho diário em um mês.