O regime de Nicolás Maduro anunciou que realizará nesta quinta (4) e sexta-feira (5) exercícios da Milícia Nacional Bolivariana em todo o território venezuelano. A convocação ocorre em meio ao aumento da tensão entre Venezuela e Estados Unidos, após movimentações militares americanas na região do Caribe.

De acordo com o governo venezuelano, desde o início da campanha de recrutamento, o número de milicianos e reservistas registrados já chega a 8,2 milhões. A Milícia Bolivariana é um braço auxiliar das Forças Armadas da Venezuela, criado pelo ex-presidente Hugo Chávez para complementar o trabalho dos militares regulares. Composta majoritariamente por voluntários, a força recebe treinamento básico e armamento, atuando em funções como segurança interna, defesa territorial e apoio a programas sociais do governo.

A mobilização ocorre em meio ao envio de navios de guerra dos Estados Unidos ao Caribe, oficialmente com o objetivo de combater cartéis de drogas que operam na região. A presença militar norte-americana elevou o clima de tensão com Caracas.

Nesta semana, os Estados Unidos informaram ter realizado uma operação que resultou na destruição de uma embarcação com 11 integrantes da facção criminosa venezuelana Tren de Aragua. O senador e secretário de Estado Marco Rubio confirmou a ação em uma publicação na rede social X (antigo Twitter), afirmando que se tratou de um “ataque letal” contra a organização.

O presidente Nicolás Maduro condenou a ação americana, classificando a mobilização como uma “ameaça à paz regional” e uma violação do direito internacional. Segundo analistas, o episódio representa uma escalada nas ações do governo dos EUA — sob a liderança de Donald Trump — contra organizações ligadas ao tráfico internacional de drogas, algumas das quais foram recentemente designadas como organizações terroristas estrangeiras.